Proprietários de restaurantes e bares de Porto Alegre esperam poder abrir aos sábados

Proprietários de restaurantes e bares de Porto Alegre esperam poder abrir aos sábados

Estabelecimentos estão autorizados de segunda a sexta-feira, das 11h às 17h

Henrique Massaro

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Proprietário de bares e cervejarias no 4º Distrito e na zona Sul de Porto Alegre, Caio de Santi, assim como outros empresários que obedecem as determinações municipais, para de receber o ainda tímido público que frequenta os estabelecimentos durante a pandemia às 17h desta sexta-feira para só retomar às 11h de segunda-feira. No sábado, quando tradicionalmente receberia mais clientes, precisou manter o funcionamento somente nas modalidades delivery e take away, que representam apenas 20% do que costumava ser o faturamento. É em função de casos como esse que as entidades representativas do setor de alimentação, assim como de outras áreas da atividade econômica, querem a permissão para trabalhar aos sábados, aceitando, inclusive, fechar às segundas-feiras.

Desde que pôde retomar as atividades, de forma controlada e com restrições, Caio de Santi calcula que o aumento do faturamento foi de apenas 10%. Na última semana, além das pessoas que têm almoçado nos estabelecimentos, ocorreu uma maior procura em função dos jogos da Liga dos Campeões da UEFA, que ocorreram à tarde. A competição, no entanto, termina neste domingo e este movimento de clientes já não vai mais ser registrado. “Somos restaurante, mas temos bastante foco na cerveja artesanal, então as pessoas não estão acostumadas a ir, durante a semana, no meio da tarde. Se pudesse abrir no sábado seria mil vezes melhor”, explica o empresário.

“Queremos, sim, 'trocar' a segunda-feira pelo sábado, porque entendemos que uma liberação que não envolve as operações do final de semana exclui uma grande parcela da nossa categoria”, afirma o presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), Henry Chmelnitsky. De acordo com ele, desde o início o setor tem tido grande compromisso com os protocolos de segurança e, por isso, quer uma abertura responsável e sustentável. O fim de semana, explica, é fundamental para que muitos empresários consigam colocar seus negócios em dia, considerando que os reflexos da pandemia ainda devem durar muito tempo.

Chmelnitsky também salienta que outro ponto importante é a autorização para funcionar à noite. A proposta da entidade é de que ocorra uma abertura de três horas durante o dia para que se tenha condições de abrir três horas durante a noite. “Essa flexibilização atende muitos negócios dependentes desse modelo de serviço e é um pleito fundamental para a nossa categoria neste momento. Estamos focados nesta negociação. Precisamos disso ou então muitas empresas não sustentarão suas operações", destaca.

Para a presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Maria Fernanda Tartoni, a abertura de segunda a sexta-feira já é considerada um grande avanço, mas é necessário que ocorra uma ampliação, principalmente para contemplar estabelecimentos que não são focados na alimentação do dia a dia e que permanecem de portas fechadas. “O que buscamos e já apresentamos para a prefeitura é a abertura aos finais de semana, pelo menos aos sábados, pois é um dia em que as pessoas têm maior disponibilidade e tempo para frequentarem os restaurantes”, explica. De acordo com ela, a maioria dos proprietários de bares e restaurantes preferem a troca de um dia da semana. “Vamos seguir dialogando para encontrar medidas que contemplem todo o setor de alimentação fora do lar e não somente uma parcela."

Em pesquisa recente feita pela Abrasel, 68,3% dos entrevistados, quando questionados sobre a preferência para os dias de abertura - respeitando os cinco dias permitidos pelo Modelo de Distanciamento Controlado do Governo do Estado -, respondeu que prefere operar aos fins de semana. Para  33,7% dos entrevistados, a melhor opção é abrir três horas e meia no horário de almoço e três horas e meia no turno da noite, mantendo o tempo limite estipulado pelo governo de 7h para funcionamento.

De 11 a 14 de agosto, durante a primeira semana de flexibilização das atividades, 59,6% dos estabelecimentos voltaram a funcionar, enquanto que 40,4% permaneceram de portas fechadas. Dentre os motivos apontados para não terem aberto, 37% indicou que só trabalham à noite. Comparado com a média antes da pandemia, 35% dos entrevistados faturaram 10% do habitual.


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