Protesto de cobradores bloqueia corredores de ônibus em Porto Alegre

Protesto de cobradores bloqueia corredores de ônibus em Porto Alegre

Tráfego de coletivos nas avenidas Osvaldo Aranha, Protásio Alves, João Pessoa e Farrapos foi interrompido

Correio do Povo

Corredor da Osvaldo Aranha ficou bloqueado pelo protesto de cobradores

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Um protesto de cobradores, realizado na manhã desta segunda-feira, gera transtorno no trânsito que leva à região central de Porto Alegre. A manifestação da categoria trancou o corredor de ônibus nas avenidas Osvaldo Aranha, Protásio Alves, João Pessoa e Farrapos. Diversos passageiros desistiram de ficar esperando a liberação do tráfego e desceram dos veículos para seguir em direção aos seus locais de trabalho. 

A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) destacou agentes para monitorar o trânsito nos locais. Segundo o órgão, há bloqueios momentâneos e alguns coletivos conseguem trafegar fora do corredor. O protesto atinge linhas que passam pelo túnel da Conceição antes de acessar o Centro da cidade. 

A manifestação é motivada pelo projeto que sugere a diminuição gradativa da tripulação, excluindo os cobradores nas seguintes hipóteses: rescisão do contrato de trabalho por iniciativa do cobrador; demissão por justa causa; aposentadoria; falecimento do empregado e interrupção ou suspensão do contrato de trabalho.

Protesto nos corredores impede o trânsito de ônibus / Foto: Alina Souza 

O texto prevê, ainda, que os cobradores deixem de existir, primeiro, nas linhas cuja viagem tenha iniciado entre 22h e 4h, e nos domingos, feriados e dias de passe livre. O projeto também estabelece que, entre 22h e 4h, o pagamento da tarifa seja feito exclusivamente por meio de cartão do Sistema de Bilhetagem Eletrônica, cartão de débito, cartão de crédito ou outras formas eletrônicas de pagamento. O não uso de dinheiro visa, segundo a Prefeitura, a segurança dos passageiros e do motorista.

A prefeitura emitiu uma nota reiterando que projeto não prevê a demissão sumária de qualquer cobrador. Confira a manifestação na íntegra. 

Apesar de gerar queixas da categoria e alegações inverídicas de que a profissão acabará, está bem claro no projeto que nenhum cobrador será demitido! A ideia é que o profissional deixe de ser obrigatório em situações, dias e horários específicos, e em linhas com baixa demanda. A obrigatoriedade será retirada apenas em dias de passe-livre, domingos e feriados, das 22h ‪às 4h‬, nas linhas com poucos passageiros. Ainda haverá qualificação profissional gratuita aos interessados que queiram aprender outras funções, preservando seus empregos.

Caso vire lei, o pagamento da tarifa será modernizado com a implantação do cartão de bilhetagem, com débito, crédito e outras formas eletrônicas. Se nada for feito, a certeza é que teremos um reajuste ainda maior em 2020, o que inviabiliza o sistema cada vez mais. Para nós, cuidar do transporte coletivo é pensar naqueles que mais precisam. Portanto, só se opõe ao projeto quem pensa somente nos interesses individuais, contra a coletividade de uma Porto Alegre mais conectada com o futuro.

Cabe lembrar que o tema não é novidade no país, já que em 28 cidades – como Belo Horizonte, Fortaleza e Aracaju – a presença do cobrador não é exigida. Também é comum no mundo inteiro que a função seja extinta com o tempo por perder a necessidade. Mesmo assim, a lei trata de uma transição gradual. Estamos sendo realistas, nos preparando para o futuro e pensando nos cobradores. Com transparência e diálogo, a Prefeitura está aberta às contribuições para discutir soluções que evitem o colapso do transporte coletivo.


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