Protesto em frente à Carris causa redução na circulação de ônibus da empresa em Porto Alegre

Protesto em frente à Carris causa redução na circulação de ônibus da empresa em Porto Alegre

Cerca de 200 trabalhadores iniciaram mobilização em frente à garagem da companhia, na avenida Albion


Aristoteles Junior / Rádio Guaíba

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Os servidores da Carris e demais profissionais que atuam no sistema de transporte público de Porto Alegre estão mobilizados, nesta segunda-feira (23), em uma paralisação que impede a saída dos ônibus da garagem da empresa. Cerca de 200 trabalhadores estão nas imediações do local em uma paralisação que começou por volta das 2h.

Dos 40 coletivos que deveriam estar nas ruas às 6h, cerca de 10 haviam conseguido sair da garagem, escoltados por soldados da Brigada Militar. Os poucos veículos que estão circulando deixaram a sede da Carris por uma porta lateral, que é monitorada por agentes da Brigada Militar, e sem qualquer indicação visual de quais linhas iriam percorrer. O protesto visa o fim da tramitação do projeto de lei que trata da privatização da empresa.

 

“Estamos aqui para defender, ou garantir, os direitos dos trabalhadores para que esse texto não seja votado. Esse é o primeiro ato, e quando os trabalhadores chegam, tentamos convencer que eles fiquem aqui na frente e não entrem para trabalhar”, explica o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte de Porto Alegre, Sandro Abbade.

A matéria que trata da desestatização da Carris já passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara de Vereadores e está apta para ser votada em plenário. A tendência, entretanto, é de que isso não aconteça hoje – mas sim nas próximas sessões plenárias, que ocorrem na quarta e na segunda-feira da semana que vem. Ainda assim, a mobilização em frente à Carris não tem hora para chegar ao fim.

 

“Só depende do prefeito. Se ele nos chamar para conversar e discutir o projeto, liberamos a garagem. Tem duas grandes etapas no ano que vem para a Carris. Vão ser retirados 102 ônibus, tem um plano de demissão voluntária a ser colocado em janeiro. Queremos que o projeto de lei seja discutido após essas etapas, que já vão enxugar a empresa”, afirma Abbade. 

De acordo com a prefeitura, ao todo, estão sendo utilizados 59 veículos. Todas as linhas da Carris estão circulando. A T11 e T12 são atendidas pelo Consórcio Viva Sul; T1 e T4 pelo Consórcio Mob; T6 e 343 pelo Consórcio Via Leste/Mais; e as demais pela própria Carris, por veículos que saíram da garagem. 

Prefeito critica paralisação

Nas redes sociais, o prefeito Sebastião Melo (MDB) classificou a paralisação como “inoportuna”. Em sua opinião, “há muita gente desempregada e aqueles que possuem os salários em dia, às custas do erário público, cruzam os braços”. O político confirmou o corte do ponto e dos salários dos manifestantes.

 

 


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