Pulsante no coração de Porto Alegre, Centro Histórico é referência em comércio e serviços

Pulsante no coração de Porto Alegre, Centro Histórico é referência em comércio e serviços

Por volta de 300 mil pessoas passam diariamente por suas ruas, pontilhadas de estabelecimentos de todos os tipos

Felipe Faleiro

Rua Voluntários da Pátria é uma das mais movimentadas do Centro Histórico

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Diariamente, por volta de 300 mil pessoas circulam pelo Centro Histórico de Porto Alegre. A região, repleta de edifícios e lojas de todos os tamanhos, idades, arquiteturas e cores, é referência em comércio, serviços e atividades culturais. Nela pulsa uma vida própria que deslumbra aqueles que a visitam, tanto aqueles que vêm pela primeira vez, quanto os circulantes com frequência, mesclando a nostalgia das antigas fachadas com a modernidade dos prédios envidraçados.

Um dos pontos nevrálgicos da área é, sem dúvida, a rua Voluntários da Pátria, conhecida pela concentração de variados segmentos comerciais, com destaque para roupas, calçados, artigos para celulares, lancherias e o que mais se puder imaginar. Ali, predominam comércios regulares, um ao lado do outro, fazendo com que o visitante mais incauto quase se perca em meio à densa multidão. Sem falar nos ambulantes informais, que se esforçam para apreender clientes.

E dada a miríade de sons ouvidos e odores sentidos ao mesmo tempo naquela região da cidade, o pedestre pode facilmente ser fisgado, levado a consumir determinado produto, entrar em determinada loja, experimentar determinado almoço ou lanche. O quadrilátero formado pela Voluntários, mais as ruas Vigário José Inácio, Otávio Rocha e a praça Pereira Parobé, com extensão à Dr. Flores, Senhor dos Passos, Pinto Bandeira, entre outras do entorno, tem opções para todos os tipos, gostos e bolsos.

Movimento de pessoas é acentuado em todos os momentos do dia. Foto: Guilherme Almeida

A Covid-19 ainda está presente na forma de pandemia, mas, ao percorrer essas movimentadas vias em uma segunda-feira, a sensação geral é a de que tudo está retornando à normalidade. Sozinhas ou acompanhadas, a pé ou dentro dos ônibus, com sacolas de compras ou mochilas, pastas e bolsas de trabalho, as pessoas voltam a tomar conta dos espaços urbanos, trazendo certo alento aos empreendedores.

Caixa de uma loja de roupas na Voluntários há cinco anos, Amanda Chagas afirma que a situação “deu uma melhorada”, mas observa que ainda não é o normal. “Financeiramente, penso que as pessoas ainda não se recuperaram totalmente”, diz ela, salientando que os clientes da loja geralmente são pessoas de mais idade, cujo cuidado com a Covid-19 foi redobrado. O mesmo diz o gerente de um comércio de calçados na mesma rua, Yasser Khalil. O local em questão inaugurou há um ano e meio, ou seja, no auge das restrições provocadas pela doença. “Não está sendo fácil, no entanto, penso que estamos vendendo bem, e colhendo os frutos de nosso esforço. Depois que liberou o uso da máscara, as pessoas se soltaram. Este ano, penso que melhoraremos ainda mais.”

Entre eles, estava uma família do município de Alvorada. O vigilante Adilson Pereira e a auxiliar de limpeza Fabiane Nunes buscavam um chinelo para a filha Sophia, 3 anos, e acabaram levando um modelo para casa. Fabiane, que trabalha em uma agência bancária localizada na Praça da Alfândega, já é acostumada à circulação pelo entorno da Voluntários da Pátria. “Venho nas lojas daqui pelo preço bom e pelo atendimento”, afirmou ela.

Pedestres se misturam aos veículos nas principais ruas de comércio. Foto: Mauro Schaefer

A jovem Kewylin Natayely, 23 anos, foi contratada há cerca de 20 dias por uma loja de lingeries. Sorridente, ela alcançava panfletos às pessoas que caminhavam pela calçada. Contou que foi complicado obter um emprego, especialmente com a pandemia. “Ninguém estava contratando. A disputa era muito grande. Mas agora consegui, e estou muito feliz”, disse Kewylin. A partir do próximo dia 9, trechos de nove ruas que compõem o Quadrilátero Central serão transformados pela prefeitura, que põe em prática um projeto de revitalização chamado Centro+.

São R$ 16 milhões para ampliação de calçadas e do videomonitoramento, qualificação de travessias, melhorias na pavimentação e iluminação pública e redução de barreiras de acessibilidade. O Centro Histórico é o coração de Porto Alegre, a partir dele, e para ele, convergem os mais importantes modais rodoviários. Ali a população segue seu rumo, utilizando o bairro como referência, democrático e receptivo, como ele sempre foi.


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