Queiroga defende médico que analisa a retirada do kit Covid

Queiroga defende médico que analisa a retirada do kit Covid

Segundo o ministro, Carlos Carvalho foi designado por ele para realizar a análise por ser um profissional respeitado e de respaldo

R7

Queiroga defendeu o médico pneumologista e professor da USP, Carlos Carvalho

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu, nesta quinta-feira, o médico pneumologista e professor da USP (Universidade de São Paulo) Carlos Carvalho, responsável por analisar a permanência do "kit Covid" nas diretrizes de tratamento a pacientes ambulatoriais acometidos pela doença. Carvalho será ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia no lugar de Queiroga. 

"Ele (Carvalho) é um professor de grande respaldo, eu o convidei para fazer sugestões ao protocolo", afirmou o ministro a jornalistas, na porta da sede da pasta. A sabatina está marcada para segunda-feira, ocasião em que Carvalho prestará esclarecimentos sobre o motivo do relatório que desaconselhava o "kit Covid" para tratar pacientes com a doença ter sido retirado de pauta da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).

O ministro negou ter conversado com Carvalho sobre a convocação e apenas ressaltou que o escolheu por ser um "professor respeitado que está nos ajudando a buscar um protocolo que seja analisado pela Conitec e que seja útil". Segundo Queiroga, a recomendação ainda será feita pela comissão e entregue à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (SCTIE), para que "o secretário tome suas decisões".

"Não sabemos a recomendação ainda. Existe um procedimento administrativo próprio", garantiu o ministro, ressaltando a expertise da comissão, que “tem 10 anos e já aprovou vários protocolos e inovações". Ele reiterou ter sido o responsável por dar ênfase aos trabalhos da Conitec, reconhecendo a importância das decisões nas esferas administrativas a fim de reduzir a judicialização na área da saúde.

"Buscar o Judiciário é direito de todos, mas muitas vezes inverte prioridades. Então esse debate é positivo porque traz conhecimento das diversas instâncias que o Ministério da Saúde tem. Elas criam as políticas de Saúde, um direito de todos e dever do Estado. Então quem faz isso somos nós e as políticas têm que ser efetivas, atingir (a sociedade) de maneira igualitária, universal e gratuita. Essa é minha missão."

Queiroga não comentou o fato do adiamento da análise, mas, anteriormente, declarou a jornalistas que não houve interferência dele para a suspensão. "Tenho outras coisas mais a fazer do que ficar interferindo na câmara do Ministério. Tenho que distribuir vacinas para a população, já distribuí mais de 310 milhões", disse, na última segunda, antes dos senadores decidirem não convocá-lo à CPI. 

Ao R7, o presidente da Comissão, Omar Aziz (PSD-AM), confirmou a desistência e disse que um novo depoimento de Queiroga não acrescentaria informações relevantes, já que ele foi ouvido em outros momentos. Como Carvalho foi o responsável direto por retirar de pauta a análise do relatório, os senadores querem saber o motivo do adiamento, detalhes do relatório e novas previsões de discussão. 


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