Reconstrução do Museu Nacional deverá custar até R$ 100 milhões, diz diretor
Metade desse valor seria destinado para a recuperação estrutural do prédio
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Segundo o diretor, algumas áreas do museu foram parcialmente poupadas do fogo por conta de desabamentos. Com isso, ele acredita que materiais não inflamáveis, como ossos, por exemplo, podem ter resistido. O fóssil de Luzia, de 11 mil anos, o mais antigo das Américas, estava numa dessas áreas colapsadas. A chance de ossos maiores - como os da preguiça gigante - terem resistido é ainda maior. O trabalho de escoramento do palácio começou no último dia 21 de setembro e tem por objetivo dar segurança para que agentes da Polícia Federal possam trabalhar na investigação das causas do incêndio e as equipes técnicas comecem a revirar os escombros em busca do que restou do acervo.
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Técnicas de arqueologia e paleontologia serão empregadas para recuperar os fragmentos. "Conforme as áreas forem sendo isoladas, vamos entrando para fazer esse trabalho de recuperação do acervo", afirmou o diretor. "No momento, o mais importante é garantir a segurança." O contrato assinado entre a UFRJ (responsável pela administração do museu) e a Concrejato no dia 21 de setembro para obras emergenciais tem prazo de 180 dias e inclui, além do escoramento do imóvel, a instalação de um teto provisório para proteger os escombros.
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"Vamos escorar as paredes, colocar um teto provisório e retirar o entulho", explicou Kellner. "Mas para a recuperação do prédio, precisamos de uma dotação orçamentária, algo de pelo menos R$ 50 milhões." Para ele, em cerca de três anos, já será possível reabrir uma pequena parte do museu. "Talvez uma salinha", disse. Para o novo acervo, Kellner quer receber doações internacionais. "Nos últimos trinta dias, nós criamos uma comissão internacional para interagir com museus do mundo e buscar novos acervos e doações", contou o reitor da UFRJ Roberto Leher.