"Reformas contribuíram para tragédia", diz primeira testemunha do julgamento da Kiss, Kátia Siqueira

"Reformas contribuíram para tragédia", diz primeira testemunha do julgamento da Kiss, Kátia Siqueira

Depoimento teve início por volta das 14h15 e se estendeu até às 19h15 desta quarta-feira, no Foro Central de Porto Alegre

Sidney de Jesus

Sobrevivente foi a primeira testemunha a falar

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O depoimento da primeira testemunha do julgamento da Boate Kiss, Kátia Geane Pacheco Siqueira teve início por volta das 14h15 e se estendeu até às 19h15 desta quarta-feira 1, no Foro Central de Porto Alegre. Durante mais de quatro horas, a testemunha respondeu a perguntas de representantes do Ministério Público e dos advogados de defesa dos réus  Elissandro Callegaro Spohr, Mauro Londero Hoffmann, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, acusados de homicídio simples com dolo eventual pelo incêndio na Boate Kiss, em 27 de fevereiro de 2013.

A ex-funcionária da boate, que trabalhava quando era solicitada, afirmou que no dia do incêndio chegou às 23h na casa noturna. "Neste horário já tínhamos que estar com os uniformes e os clientes começavam a entrar", destacou,  lembrando que encontrou dentro da boate uma amiga que morreu na tragédia. Kátia afirmou ainda  que na noite da tragédia não haviam extintores na boate, tampouco bombeiros, quando o fogo começou.  Ela relatou também que era comum o uso de artefatos e que a boate só tinha uma saída, mas estava bloqueada por barras metálicas. "As reformas da boate contribuíram para a tragédia. Com tudo o que fizeram na reforma, como a elevação do palco e a colocação de espuma, eles tentaram matar a gente", afirmou.

Ainda durante o depoimento, Kátia Geane destacou que parte da iluminação da boate caiu e o público gritava "fogo e briga".  Ela contou que naquele momento teve 40% do corpo queimado e acordou após 21 dias, internada num hospital de Porto Alegre.

Durante o testemunho de Kátia, o juiz Orlando Faccini Neto advertiu os advogados de defesa para fazerem perguntas pertinentes à testemunha.  O juiz encerrou o depoimento por volta das 19h15 e determinou um intervalo até às 20h.


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