Região das Ilhas do Guaíba é surpreendida com a chegada da água

Região das Ilhas do Guaíba é surpreendida com a chegada da água

Moradores seguem preocupados com a elevação do Guaíba

Cláudio Isaías

Ruas como essa da Ilha das Flores estão alagadas

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Os moradores das ilhas do Arquipélago, que já estão com as ruas inudadas, seguem preocupados com a elevação do Guaíba. Nas ilhas Grande dos Marinheiros, da Pintada, do Pavão e das Flores todos estão em estado de alerta. Nesta sexta-feira diversas famílias acordaram cedo para começar a colocar os móveis para o alto.

Na rua Nossa Senhora Aparecida, na Ilha Grande dos Marinheiros, a dona de casa Evanilda Marques disse ter ficado surpreendida com a chegada da água. Ela afirmou que a família acordou com a água do Guaíba no pátio da casa. "Foi tudo muito rápido. Nosso temor é que suba mais ainda o Guaíba", explicou. Já Gilcimara Dias, que estava acompanhada das duas filhas, explicou que a família começou a se preparar com antecedência para enfrentar a nova cheia. "Os móveis já estão no alto e esperamos que a elevação não cause tantos prejuízos à comunidade", ressaltou.

As águas do Guaíba chegaram com muita força à rua Nossa Senhora Aparecida. A partir do número 675 não é possível passar de carro. Somente de trator, caminhão ou barco em função do alagamento da via. A recicladora Sueli dos Santos, que reside na altura do número 900, teve que cruzar a via com os pés descalços e com água na cintura para não perder o dia de trabalho. "O pátio da minha casa está completamente alagado", comentou ela, ao destacar que a água estava muito fria.

Na Ilha dos Marinheiros, moradora teve casa invadida pela água. Foto: Alina Souza

Na Ilha das Flores, a rua Paraná ficou debaixo d'água, obrigando os moradores a acordarem cedo para erguer os móveis. A dona de casa Valquíria Santos disse que o alagamento das casas começou por volta das 6h. "Infelizmente, não temos a opção de morar em outro lugar", lamentou. Na rua Nossa Senhora da Boa Viagem, na Ilha da Pintada, a jovem Eduarda Martins, que trabalha em um supermercado da região, saiu de casa com água pelos joelhos. Para conseguir sair da residência, a família de Eduarda improvisou uma prancha de madeira que foi colocada no portão.

A moradora Cínara Salva, residente há 40 anos na região, espera que não se repita a enchente de 2015 que assustou a comunidade com o alagamento das casas. "Aquele período foi um terror. Espero que não volte a acontecer tragédia como aquela", destacou, enquanto observava um grupo de moradores percorrendo a rua Nossa Senhora da Boa Viagem de bicicleta ou a pé.

A Defesa Civil Municipal emitiu nesta sexta-feira um alerta sobre a possibilidade de inundação das Ilhas. Os órgãos municipais e estaduais, com a coordenação da Defesa Civil Municipal estão colocando em prática o plano de contingência para atender os moradores. Até o início da tarde, uma família havia sido removida pelo Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul e encaminhada para casa de parentes. A Defesa Civil de Porto Alegre e a Comissão Permanente de Atuação em Emergências (Copae), composta por órgãos municipais e instituições parceiras (Corpo de Bombeiros e CEEE), deverão adotar todas as providências previstas no Plano de Contingência de Enchentes, priorizando a integridade física das pessoas e atentando para os protocolos de contenção da propagação da Covid-19.
 


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