Reservistas do RS terão certificação de cursos no Exército

Reservistas do RS terão certificação de cursos no Exército

Programa não trará custos aos cofres da União

Felipe Nabinger

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Iniciado no Rio Grande do Sul, o Programa Militar de Qualificação Profissional agora é nacional. Após portaria publicada em 11 de fevereiro, o projeto, idealizado pelo Coronel Julio Cezar Dutra de Oliveira, Chefe da Seção de Pessoal da 6ª Divisão de Exército, tem como objetivo certificar a capacitação profissional obtida durante a formação militar de cabos e soldados. “Em regiões onde não há outras escolas de qualificação, o Exército pode ser a única oportunidade dos jovens conseguirem certificação”, disse o coronel Dutra, que participou ontem do programa Agora, da Rádio Guaíba, onde detalhou a iniciativa, que ajudará na colocação profissional dos jovens.

O embrião da ideia, conforme o coronel Dutra, foi em 2019, quando ainda estava no 3º Grupo de Artilharia Antiaérea, em Caxias do Sul. Ao ser transferido para Porto Alegre, ele trouxe o programa para seis unidades no ano seguinte, iniciando o projeto-piloto com aval do Comando Militar do Sul (CMS), em parceria com a Superintendência Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul e a Justiça do Trabalho. Atualmente, as formações de auxiliar de mecânico automotivo, auxiliar de mecânico elétrico, garçom e cozinheiro estão contempladas. “Saindo com o certificado, esses militares aumentam as chances no mercado de trabalho”, disse o coronel Dutra. Conforme o general Valério Stumpf Trindade, comandante do CMS, com dados do CAGED, mais de 50% dos reservistas diplomados conseguiu colocação.

Em âmbito nacional, o coronel Dutra acredita que o programa possa beneficiar de 60 mil a 80 mil jovens cabos e soldados. No Brasil, todos os anos, estima-se que 1,5 milhão de jovens alistam-se no serviço militar obrigatório, sendo 11,5 mil somente no Estado. Do total nacional, 65 mil são incorporados ao Exército. Conforme a portaria publicada, foi criada uma comissão especial que analisará os cursos aplicados aos soldados e cabos, verificando a similaridade com a Classificação Brasileira de Ocupação (CBO), podendo saltar para 32 as capacitações a serem certificadas.

O programa não trará custos aos cofres da União, visto que aproveita a estrutura e cursos ofertados no tempo em que os cabos e soldados se encontram nos quartéis. “Temos uma formação militar para cabos e soldados em três etapas: básica, qualificação e adestramento. Esse último período, ele coloca em prática o que aprendeu. Ou seja, ele tem a teoria e a prática”, salienta o coronel Dutra.


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