Rio Grande do Sul registra queda de 57% nos latrocínios em abril

Rio Grande do Sul registra queda de 57% nos latrocínios em abril

Segundo a SSP, homicídios e roubos de veículos também reduziram, mas casos de feminicídios fecharam o mês em alta

Correio do Povo

Casos de roubos seguidos de morte caíram de sete para três em 2021 no RS

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O governo do Rio Grande do Sul divulgou, nesta sexta-feira, a redução de 57,1% nos casos de latrocínios no mês de abril. De acordo com o balanço da Secretaria de Segurança Pública (SSP), em comparação com o mesmo período do ano passado, os casos de roubos seguidos de morte caíram de sete para três em 2021. 

Segundo a SSP, é o menor total para o período em toda a série histórica de contabilização desse tipo de crime, iniciada em 2002. O resultado também ajudou a retomar a curva descendente no acumulado desde janeiro. Na comparação dos quatro primeiros meses deste ano e de 2020, há baixa de 23 para 20 casos (-13%), também a menor soma para o período desde o início do monitoramento das estatísticas. Frente ao pico de 72 ocorrências no 1º quadrimestre de 2016, a redução chega a 72,2%.

Conforme a SSP, entre os fatores que contribuem para o resultado, estão a alta resolutividade desse tipo crime, com rápida identificação e prisão dos autores em 70% a 80% dos casos, além do acompanhamento sistemático e detalhado de cada uma das ocorrências pela Gestão de Estatística em Segurança (GESeg), que permite executar as ações de resposta dentro do Programa RS Seguro. Além disso, o planejamento com foco territorial e baseado na análise dos dados resultou na redução generalizada dos principais crimes contra o patrimônio, geradores de latrocínios.

Homicídios têm queda de 32,4% no Estado em abril

Outro crime contra vida que registrou redução no mês passado foi o homicídio. Segundo o balanço da SSP, o total de vítimas em abril caiu 32,4%, de 176 no último ano para 119. É a sexta redução consecutiva na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Segundo a SSP, em Porto Alegre, o número de vítimas de homicídios caiu 17,9%, de 28 no ano passado para 23 neste ano, o menor total desde 2010.  A Capital ainda lidera o ranking de reduções no acumulado desde janeiro, com baixa de 111 assassinatos no primeiro quadrimestre de 2020 para 88 em igual período de 2021 (20,7%). É também a menor soma nos últimos 11 anos.

Roubo de veículos no Estado reduz 47,4% em abril

De acordo com a SSP, o roubo de veículos decresceu quase pela metade em abril deste ano, comparado com o mesmo mês de 2020. O número de ocorrências caiu de 803 para 422, uma retração de 47,4%. É o menor total para o período desde o início da contagem desse tipo de crime e a primeira vez que abril encerra com menos de 500 registros.

Porto Alegre também apresenta redução recorde no acumulado desde janeiro. Pela primeira vez, a Capital fechou o quarto mês do calendário com menos de mil ocorrências somadas no período. Foram 785 casos, o que representa 45,1% menos do que os 1.429 roubos de veículos somados no primeiro quadrimestre de 2020.

Furtos provocam alta no índice de ataques a banco

A SSP apontou que os assaltos conhecidos como novo cangaço, em que pequenas cidades eram sitiadas por bandidos com armamento pesado que invadiam agência bancárias, deixaram de fazer parte da rotina dos gaúchos nos últimos dois anos.

Mas uma ação sem potencial ofensivo acabou resultando na elevação do índice ataques a banco no Estado em abril. O total de ocorrências passou de uma em 2020 para sete neste ano. Apesar do resultado negativo, o dado deste mês ainda representa o terceiro menor total desde o início da contabilização.

Violência contra a mulher cresce em abril

De acordo com a SSP, depois uma redução histórica nos feminicídios em março, o número de vítimas de assassinato por motivo gênero no Estado subiu de nove para 14 (55,6%). A análise de cada caso, realizada pelo Observatório Estadual da Segurança Pública para o acompanhamento da GESeg, revela a persistência de um problema já detectado em estudo realizado pela Polícia Civil.

Das 14 vítimas, apenas duas estavam amparadas por medida protetiva de urgência (MPU), ou seja, em 85% dos casos não havia qualquer determinação judicial para afastamento do agressor. O estudo evidenciou ainda que 82% das mulheres mortas de janeiro a dezembro de 2020 nunca registraram ocorrência contra o agressor. Entre as vítimas de abril deste ano, esse índice foi de 50%.

Conforme a diretora da Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher (Dipam), delegada Jeiselaure de Souza, ligada ao Departamento de Proteção à Grupos Vulneráveis (DPGV) da Polícia Civil, são raros os casos em que o feminicídio é resultado da primeira agressão. Em geral, as mortes por motivação de gênero são o ponto final de um longo ciclo de violência que, quanto antes for rompido, tem mais chances de preservar as vítimas.

“O enfrentamento da violência doméstica não é apenas uma questão de Segurança Pública. É preciso engajamento de toda a sociedade para entender e perceber que esse tema tem raízes culturais e históricas muito complexas. Necessitamos de uma conscientização para reduzirmos a subnotificação de casos, que é em torno de 90%. Muitas vezes, eles só chegam ao conhecimento da Polícia Civil quando a mulher se torna uma vítima de feminicídio”, afirmou.

Nos demais crimes de violência contra a mulher, segundo o balanço da SSP, as tentativas de feminicídio (54,2%) tiveram queda em abril, devida em parte ao aumento dos casos consumados. Ainda houve alta entre os registros de ameaça (7%), lesão corporal (4,3%) e estupros (12,6%).


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