Rodeio Nacional de Porto Alegre atrai milhares no Parque da Harmonia
Tradição passa de pai para filho no evento realizado há mais de década
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A tradição gaúcha está refletida em cada canto do parque seja no lenço vermelho dos peões, que não deixam os maragatos escapar da memória, no chimarrão que faz nascer a roda de conversa ou no churrasco que atrai dezenas pelo cheiro da carne e pela fumaça que sai da brasa no fogo de chão. Os cavalos e o gado incrementam a festa que já ultrapassou uma década. Muitos dos animais carregam o nome dos grandes líderes e heróis que foram mortos em uma guerra jamais esquecida.
A família Antunes, de Santana do Livramento, manteve a tradição por três gerações. Adão de Souza Antunes, de 70 anos, levou o filho e os netos para o rodeio depois de uma viagem de sete horas até a Capital. No primeiro dia ele já havia conquistado o segundo lugar na prova de Laço Veterano. “Viajamos 500 quilômetros de ônibus para chegar até aqui e trouxemos toda família para o acampamento. O que não pode acontecer é perdermos o rodeio”, contou.
Assim como os Antunes, milhares de outras famílias chegam ao Rio Grande do Sul. No ano passado o evento reuniu 350 mil pessoas. “Vem laçadores de São Paulo, do Pará, do Mato Grosso do Sul e vários outros lugares. Todos querem praticar essa modalidade esportiva que hoje também atinge a cidade e não só o campo”, explicou o coordenador do evento, presidente do Sindicato Rural de Porto Alegre e da Federação Gaúcha de Laço Cléber Vieira. Segundo ele, 80% dos 1,8 mil competidores do rodeio vivem em área urbana.