Rodoviários da Carris declaram greve em assembleia na sede da empresa em Porto Alegre
Categoria está paralisada desde a madrugada desta segunda-feira
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Horas depois do início da mobilização de rodoviários da Carris contra a privatização da empresa e a retirada gradual de cobradores, a categoria realizou na manhã desta segunda-feira uma assembleia para definir os rumos da mobilização de hoje. Em votação, os funcionários declararam o estado de greve e decidiram que vão esperar o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, na sede da companhia, na rua Albion, no bairro Partenon.
Manifestantes estão em estado de greve até prefeito retirar projeto. Decisão tomada em assembleia há alguns minutos. @correio_dopovo pic.twitter.com/aPjx6kpGSx
— Eduardo Andrejew (@AndrejewEduardo) August 23, 2021
Cerca de 200 trabalhadores estão nas imediações da empresa participando da paralisação que começou por volta das 2h.
— Correio do Povo (@correio_dopovo) August 23, 2021
() Ricardo Giusti pic.twitter.com/O3xTjzltMa
Em votação, funcionários da Carris declararam o estado de greve e decidiram que vão esperar o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, na sede da companhia. Se Melo não comparecer no local, eles irão até a prefeitura.
— Correio do Povo (@correio_dopovo) August 23, 2021
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De acordo com o delegado sindical da Carris, Afonso Martins, a mobilização iniciada pelos rodoviários da companhia poderá crescer a partir desta terça-feira. Segundo ele, a Nortran irá aderir ao movimento que quer barrar a privatização da Carris e impedir a retirada gradual dos cobradores do transporte público da cidade.
Diante do impasse, a manifestação dos rodoviários trouxe consequências para os usuários desde as primeiras horas da manhã. A prefeitura, para compensar a ausência de algumas linhas nas ruas, acionou empresas privadas para assumir os itinerários. De acordo com a prefeitura, ao todo, estão sendo utilizados 59 veículos. Todas as linhas da Carris estão circulando. A T11 e T12 são atendidas pelo Consórcio Viva Sul; T1 e T4 pelo Consórcio Mob; T6 e 343 pelo Consórcio Via Leste/Mais; e as demais pela própria Carris, por veículos que saíram da garagem.
Ainda assim, o tempo de espera, em média, tem sido de 40 minutos nas paradas de ônibus. E quando os coletivos chegam, estão completamente lotados. Nas primeiras horas, alguns usuários foram até surpreendidos pela mobilização dos rodoviários da Carris. A partir daí, para chegar ao local de trabalho, foram obrigados a apelar para os aplicativos.
Nelizangela Alencastro, cozinheira, está há 40 minutos na parada da PUCRS, na av. Ipiranga, esperando pelo ônibus T1 para ir ao trabalho no bairro Praia de Belas: "Tentando chegar no serviço". @correio_dopovo pic.twitter.com/FEeYnKL5XC
— Eduardo Andrejew (@AndrejewEduardo) August 23, 2021
Oposição e Melo
A proposta da prefeitura de desestatização da Carris ainda não entrou na pauta da Câmara de Vereadores, segundo o vereador Matheus Gomes (PSol). Conforme ele, a oposição fará um pedido à presidência da Casa para que o projeto seja devolvido à administração municipal para ser melhor detalhado.
Por outro lado, em entrevista à Rádio Guaíba na manhã desta segunda-feira, o prefeito Sebastião Melo deixou claro que não pretende desistir da proposta de privatização da Carris. Na avaliação dele, a desestatização da companhia não representa a piora do transporte público em Porto Alegre.