Rodoviários de Porto Alegre iniciam negociação salarial

Rodoviários de Porto Alegre iniciam negociação salarial

Proposta foi entregue na segunda-feira aos representantes das empresas e primeira reunião deve ocorrer na próxima semana

Eduardo Amaral

Pauta também inclui mudanças no vale-alimentação e no plano de saúde da categoria

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A primeira reunião de negociação entre rodoviários de Porto Alegre e representantes das empresas de ônibus deve ocorrer na próxima semana. Nessa segunda-feira, trabalhadores enviaram aos representantes patronais a pauta de reivindicações que contém mais de 20 itens. O principal ponto é quanto aos salários, o pedido é um reajuste de 7% equivalente ao Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) até janeiro deste ano, mais 2,52% de aumento real. A pauta também inclui mudanças no vale-alimentação e no plano de saúde da categoria.

O advogado do Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa), Alceu Machado, antecipa que é pouco provável que o pedido de reajuste seja atendido devido, principalmente, à redução no número de usuários do transporte coletivo. “Os rodoviários sabem do momento que vivemos, das nossas dificuldades e a redução de passageiros, isso é um fato concreto.” Na avaliação de Machado, as negociações devem priorizar a manutenção do que os funcionários já possuem como vale-alimentação e plano de saúde.

Mesmo antecipando que dificilmente atenderá o pedido dos rodoviários, Machado se mostra otimista quanto a uma resolução em um tempo curto. “Acho que será uma negociação mais rápida do que em outros anos”, afirma o advogado. Ele diz que os sindicalistas devem ser chamados para um encontro no início da próxima semana e projeta uma resolução até a data-base dos rodoviários que vence no dia 1º de fevereiro.

Por sua vez, o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Porto Alegre (Stetpoa), Sandro Abade, diz que a categoria ainda não foi informada oficialmente da posição dos empresários já que nenhuma reunião entre as duas partes foi realizada ainda. “Para nós do Sindicato isso não foi dito ainda, então estamos esperando a primeira reunião com a patronal, depois dela vamos avaliar o curso das nossas atitudes.” O dirigente sindical afirma que, por ora, a proposta de uma paralisação não está no horizonte. “Sempre somos muito cautelosos com a palavra greve, porque além de ela assustar a categoria é muito forte para a gente, no início da negociação, estar fazendo essa ameaça. Então ela está descartada.”

Uma das coisas que chamou atenção do Seopa foi a data de entrega da proposta dos rodoviários, muito próxima à data-base da categoria. Segundo Abade, a demora aconteceu em razão do foco do Stetpoa no projeto de retirada da obrigação dos cobradores na Capital, apresentado pelo Governo Municipal no final de 2019. “Esse envolvimento nos tomou muito tempo e acabamos atrasando a entrega da pauta.” Apesar disso, ele garante que o os prazos serão cumpridos dentro do prazo. “Temos até o dia 1º de fevereiro para fechar o acordo coletivo, não havendo a negociação temos o direito de segurar a data.” Abade afirma que se necessário é possível encerrar a negociação a até maio.


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