Rodoviários de Porto Alegre rejeitam “combinação” em greve cancelada dos ônibus

Rodoviários de Porto Alegre rejeitam “combinação” em greve cancelada dos ônibus

Na quarta-feira, Prefeitura, ATP e STETPOA entraram em um acordo para o pagamento integral do vale-alimentação aos trabalhadores

Felipe Faleiro

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Não aconteceu a greve dos ônibus prevista para esta quinta-feira, e que atingiria principalmente os usuários do transporte coletivo da Zona Sul de Porto Alegre. Com isso, os ônibus seguem circulando normalmente. Na quarta-feira, Prefeitura, Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) e Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Coletivos Urbanos de Passageiros de Porto Alegre (STETPOA) entraram em um acordo para o pagamento integral do vale-alimentação aos trabalhadores, bem como o repasse dos subsídios às empresas.

O prefeito Sebastião Melo garantiu que o valor de R$ 2,8 milhões, referente ao ano passado, será pago nos próximos dias. Ainda na noite da quarta, o presidente do STETPOA, Sandro Abbáde, enviou um áudio aos membros do sindicato, tranquilizando-os sobre o fechamento do acordo.

“Está garantida a integralidade do vale-alimentação de todos os trabalhadores ainda até terça-feira. Temos uma arma muito valiosa, que se chama greve, e ela tem que ser muito bem usada, no momento certo. Pegamos nesta arma nesta semana e ameaçamos parar”, sinalizou ele.

Inicialmente, o sindicato que representa os trabalhadores dos coletivos da Capital não concordou com a proposta de pagamento parcelado em duas vezes, 50% no final deste mês e o restante no dia 21 de abril. A segunda proposta foi aceita: 70% do valor total ainda em março e os outros 30%, até 5 de abril.

“A Prefeitura e os empresários têm que pensar muito neste povo que usa o transporte público e sofre muito. Que a Prefeitura e os empresários não brinquem mais com a população e os trabalhadores rodoviários”, salientou o presidente do STETPOA à reportagem, já na quinta-feira.

Melo havia sido questionado na quarta sobre a possibilidade da paralisação, e chegou a dizer que ela era “meio combinada entre patrões e empregados, isso não está correto”. Abbáde se defende, e classifica como “absurda” a declaração do prefeito. “Ele se defende acusando. Não quer que façamos movimento nos corredores, no túnel da Conceição, na frente da garagem dos ônibus. O prefeito sempre vai dizer que estão o pressionando”, comentou o presidente do STETPOA.

Ele reforçou ainda que três empresas teriam as atividades paralisadas na última quinta, entre elas a Viação Teresópolis Cavalhada (VTC), cuja diretora é Tula Vardaramatos, atual presidente da ATP. 

Abbáde também afirma que usuários chegaram a questionar o sindicato nas redes sociais, em razão da possibilidade da greve, e salientou que “Prefeitura e empresários não podem estar mexendo com o psicológico, tanto do trabalhador rodoviário quanto da população”. “Isso traz um transtorno muito grande para a sociedade”, disse.


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