Rodoviários encerram protesto contra pacote de Marchezan em Porto Alegre

Rodoviários encerram protesto contra pacote de Marchezan em Porto Alegre

Categoria voltará a se reunir ainda hoje em frente à Câmara de Vereadores

Correio do Povo

Rodoviários se deitaram na saída do túnel da Conceição em direção à Rodoviária

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Os rodoviários encerraram o protesto realizado desde o começo da manhã desta segunda-feira em pelo menos duas avenidas de Porto Alegre. Após se reunir na sede do sindicato, a categoria saiu em caminhada pela João Pessoa e pela Farrapos para protestar contra o pacote do transporte público proposto pela prefeitura de Porto Alegre. Entre outras medidas, a iniciativa prevê a retirada gradativa dos cobradores das linhas de ônibus. O grupo voltará a se reunir no início da tarde de hoje em frente à Câmara de Vereadores, antes da votação das propostas. 

Logo no começo da caminhada na João Pessoa, os rodoviários tinham a intenção de também promover uma operação tartaruga, com os ônibus andando de forma mais lenta pelos corredores da via. A iniciativa, porém, não deu certo por conta da intervenção de integrantes do batalhão de choque da Brigada Militar. Os manifestantes foram obrigados então a desocupar a faixa da direita, permitindo que o trânsito fluísse até o Centro da Capital. 

A caminhada se estendeu pelas imediações do túnel da Conceição, provocando congestionamento em ruas e avenidas próximas, tais como a Osvaldo Aranha. A manifestação seguiu pelo túnel até que, nas proximidades da Estação Rodoviária, alguns rodoviários decididiram se deitar na via. Alguns integrantes tiveram de ser levantados por policiais militares para que o trânsito pudesse prosseguir. O protesto foi encerrado em frente à prefeitura da cidade. 

Rodoviários protestaram contra o prefeito Marchezan / Foto: Guilherme Almeida 

Votação e novo protesto

Projeto que prevê a retirada dos cobradores de ônibus deve ser votado hoje na Câmara de Vereadores a partir das 14h, no plenário Otávio Rocha. De acordo com o departamento legislativo da Casa, a medida irá entrar na pauta como prioridade, já que a votação tinha sido iniciada na semana passada. A análise da proposta, no entanto, poderá ser adiada por cinco sessões se qualquer vereador ingressar com um requerimento solicitando adiamento, desde que o pedido seja aprovado. Se isso acontecer, o tema só será votado na segunda quinzena de fevereiro. Os outros seis projetos da prefeitura que compõe o pacote Transporte Cidadão passarão pelos trâmites normais da Câmara. 

Para esta terça-feira, os rodoviários projetaram um novo protesto, desta vez na forma de operação padrão, com apenas 30% dos ônibus nas ruas de Porto Alegre. 

O pacote 

O pacote com cinco projetos que alteram radicalmente o transporte público de Porto Alegre é classificado pelo Governo como uma necessidade de ação. Gestado desde maio de 2019, as medidas impactam diretamente na tarifa e visam dividir mais a conta com a população. Para isso, as propostas incluem criação de novas taxas voltadas aos motoristas e empresas de aplicativo de carros, até uma mudança no sistema da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).

O secretário municipal extraordinário de Mobilidade, Rodrigo Tortoriello detalhou o plano e como ele foi pensado. Tortoriello afirmou que a elaboração de uma nova matriz tarifária surgiu no primeiro semestre do ano passado, quando o prefeito Nelson Marchezan Júnior pediu que ele encontrasse uma forma de reduzir R$ 1 o preço da passagem.

Com as medidas apresentadas na segunda-feira, e que podem ser votadas nesta quinta e sexta-feira em sessão extraordinária da Câmara de Vereadores, a gestão municipal projeta que a tarifa do ônibus seja de R$ 2 a partir de 2021 e não sofra nenhum reajuste neste ano.

Duas das medidas são as mais polêmicas: a que propõe taxação das corridas de aplicativos e a cobrança para motoristas que venham de outras cidades. Sobre a taxação dos aplicativos, Tortoriello afirmou não temer que a medida tire a competitividade ou inviabilize o negócio. Ele garante que não serão os profissionais os responsáveis por pagar R$ 0,28 por quilômetro rodado, mas, sim, as empresas. 


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