RS registrou 331 mortes no trabalho em 2016, aponta Justiça do Trabalho

RS registrou 331 mortes no trabalho em 2016, aponta Justiça do Trabalho

Dados foram divulgados nesta quinta-feira

Cláudio Isaias

Dados foram apresentados nesta quinta-feira pelo desembargador do Trabalho Raul Zoratto Sanvicente

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O Rio Grande do Sul registrou 41.741 mil acidentes e 2.404 doenças do trabalho em 2016. O levantamento abrange o período entre 2013 a 2016. Somente no ano passado, foram notificados 44.145 mil atendimentos e 331 óbitos foram computados. Ou seja, um trabalhador morreu a cada 26,4 horas.

O número de mortes representa um crescimento em relação aos dois últimos anos. Em 2015, foram 309 mortes contra 293 de 2014. Em 2013, 380 trabalhadores morreram em decorrência de acidentes de trabalho no Estado. Os dados foram apresentados nesta quinta-feira pelo desembargador do Trabalho Raul Zoratto Sanvicente, gestor do Programa Trabalho Seguro no Rio Grande do Sul, do procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Sul, Rogério Uzun Fleischmann, e ao auditor-fiscal do Trabalho, Luiz Alfredo Scienza, do Ministério do Trabalho, na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, em Porto Alegre.



Sanvicente traçou um comparativo que considerou “trágico”. Os latrocínios ocorridos em 2015 no Estado foram 143 contra 309 acidentes de trabalho. Já em 2016, foram 164 latrocínios contra 331 acidentes de trabalhos.

Os dados sobre acidentes de trabalho e doenças relacionadas ao trabalho foram obtidas pelo Centro Estadual de Vigilância e Saúde (Cevs). Os homens lideram as mortes. Entre as vítimas fatais, 67% são do sexo masculino. As mulheres representam 33% do levantamento. No entanto, elas são maioria entre os pacientes acometidos por doenças do trabalho. São 57%, frente 43% dos homens. A maior parte dos registros atinge pessoas na faixa entre 20 e 39 anos.

Os dados divulgados no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região mostram ainda o aparecimento de crianças na lista. Cerca de 0,13% das vítimas tinha até 13 anos, o que caracteriza trabalho infantil. Entre os setores, o metal-mecânico lidera o ranking, seguido da agropecuária, saúde e construção civil. A região urbana abrange 78% dos acidentes, enquanto a zona rural registra 14%. Outros 8%, não foram especificados.



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