Sábado é marcado por manifestação por impeachment de Bolsonaro, em Porto Alegre

Sábado é marcado por manifestação por impeachment de Bolsonaro, em Porto Alegre

Em meio à pandemia, milhares se concentraram no Centro e saíram em caminhada pelas ruas centrais

Christian Bueller

No mês anterior, também ocorreram manifestações pedindo o impeachment de Bolsonaro

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Milhares de pessoas participaram, na tarde deste sábado, de um ato contra o presidente Jair Bolsonaro no Centro de Porto Alegre. Munidos de cartazes, faixas e dois carros de som, os manifestantes se concentraram em frente ao Paço Municipal, Largo Glênio Peres e toda a avenida Borges de Medeiros até as proximidades de avenida Salgado Filho. Eles pediram o impeachment do presidente, aceleração das vacinas contra a Covid-19 e valorização da saúde e educação.

Integrantes de diversas centrais sindicais se pronunciaram ao microfone, enquanto uma intervenção artística fazia uma alusão aos mais de 460 mil mortos em decorrência ao novo coronavírus no Brasil. Todas as faixas etárias estiveram representadas, de crianças a idosos, com massiva participação de jovens, em sua maioria, estudantes. “O evento está à altura da necessidade do povo neste momento. O país foi para o fim da fila das vacinas, ou morre por Covid-19 ou por fome porque não tem auxílio emergencial. Este governo não tem condição de continuar”, afirmou o secretário de Organização e Política Sindical da Central Única dos Trabalhadores do RS (CUT-RS), Claudir Nespolo. 

As faixas com os dizeres “Fora, Bolsonaro”, se misturaram a outras que faziam referência às recusas do governo federal de contratar vacina da Pfizer, a exaustão dos profissionais de saúde na linha de frente no combate à doença, além de pedidos de valorização à ciência e ao meio ambiente. Bradando gritos de ordem contra o presidente, o grupo subiu a Borges de Medeiros e acessou a rua Riachuelo em direção à Usina do Gasômetro. Maria da Graça Lunnardi, 65 anos, era das mais engajadas: “Eu poderia estar em casa, tranquila, mas tinha que participar. O povo tem que estar na rua”, disse a aposentada, com uma bandeira contra o machismo na mão.

Foto: Alina Souza

Já o protesto de Bruna Bottin Pereira, 32 anos, foi silencioso. Apenas levantando um cartaz, expunha uma dor que a acomete há menos de um mês. “Nosso pai podia estar vivo!” dizia a mensagem, a respeito de Mauro Oliveira Pereira, 66 anos, vítima da Covid-19. “Eu estava em Portugal, não pude me despedir dele. Quando minha irmã me falou do ato, logo quis vir. Era o mínimo”, disse a relações públicas. Próximo dela, o casal Fernanda e Gabriel Borges vestiam a mesma camiseta da filha, Roberta, de 7 anos. “Queremos que ela aprenda logo a lutar como uma menina”, contou a mãe, incutindo no pensamento a frase escrita no tecido.

Depois de um novo ato no Gasômetro, os manifestantes se deslocaram para o largo Zumbi dos Palmares, no bairro Cidade Baixa. Segundo a CUT-RS, ocorreram, pelo menos, outras 20 manifestações contra Jair Bolsonaro no Rio Grande do Sul e 200 no país, promovidas pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, com a participação de centrais sindicais, movimentos sociais, entidades de estudantes, organizações de bairros e torcidas organizadas.



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