Samu continua sentindo os impactos da situação da pandemia

Samu continua sentindo os impactos da situação da pandemia

Lentidão no atendimento aumenta no momento em que todo o sistema de Saúde encontra dificuldades

Henrique Massaro

Capital tem capacidade para 1,2 mil atendimentos básicos e cerca de 120 medicalizados por mês

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O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Porto Alegre continua sentindo os impactos da situação gravíssima em que se encontra todo o sistema de Saúde de todo o Estado por conta do pior momento do enfrentamento da pandemia do coronavírus. Se a ocupação dos leitos de UTI na Capital já chega aos 110,9% e os pronto-atendimentos registram lentidão dia após dia, na outra ponta, no nas ambulâncias que realizam o atendimento pré-hospitalar móvel de toda a cidade, não é diferente. Como mostrado pelo Correio do Povo recentemente, um único atendimento tem demorado cerca de três horas para ser finalizado.

A lentidão do serviço tem sido relatada e lamentada por cidadãos nas redes sociais. Com capacidade para 1,2 mil atendimentos básicos e cerca de 120 medicalizados por mês, o Samu precisa, mais do que nunca, literalmente, fazer escolhas. O coordenador municipal de Urgências, Diego Fraga, explica que, através do telefone 192, o cidadão fala com um auxiliar de regulação médica, a quem oferece dados como nome, endereço e ponto de referência. Somente então, o atendimento é feito por um médico regulador, que é quem estabelece os critérios de gravidade e, a partir deles, são definidas as prioridades.

“A gente tem que estabelecer critérios de necessidade para quem mais precisa, tenho que atender primeiro quem está com parada respiratória do que quem tem uma dor abdominal”, pontua. De acordo com Fraga, esse tipo de “escolha” não é de hoje, uma vez que a dificuldade de atender a todos os chamados sempre existiu, mas a pandemia aumentou a tensão que já existia sobre o sistema. Atualmente, o Samu conta com 16 equipes para atendimento primário, que também realizam transportes, além de uma outra equipe para transportes eletivos. Há, ainda, dois contratos que garantem quatro equipes para atendimentos básicos e mais uma com a presença de médico.

“A gente entende que para o solicitante (do Samu) parece que há um tempo eterno quando ele está numa urgência, mas todas essas decisões precisam ser tomadas com critérios técnicos”, afirma Fraga. Uma das principais orientações do coordenador municipal de Urgências para diminuir a sobrecarga no Samu é de que a população, sempre que possível, procure atendimento médico por conta própria. As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são os locais adequados para quem tem sintoma de alguma doença, enquanto que as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) as emergências hospitalares são recomendadas para casos graves.


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