Segunda-feira teve corrida aos supermercados, mas não há necessidade, segundo Agas

Segunda-feira teve corrida aos supermercados, mas não há necessidade, segundo Agas

Papéis, pães e água mineral foram os itens que se esgotaram rapidamente das prateleiras hoje

Gabriel Guedes

Prateleiras com pães ficaram vazias logo que alguns supermercados de Porto Alegre abriram nesta segunda-feira

publicidade

A semana começou com uma corrida aos supermercados, devido aos riscos impostos pelo covid-19. Pela manhã desta segunda-feira, prateleiras de alguns supermercados já estavam praticamente vazias de produtos como papel higiênico, papel toalha, sabonete e água mineral em Porto Alegre. Foi o caso de supermercados situados na Avenida Ipiranga, bairro Jardim Botânico, e outro, no bairro Santana, na Rua General Jacinto Osório. No domingo, quando o Correio do Povo percorreu cinco supermercados, o problema de reposição de mercadorias foi observado em apenas uma loja. O presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, garante: "Não tem risco de faltar produto".

Conforme Longo, nenhum produto necessita ser comprado com urgência pelo consumidor. Em particular, os alimentos. "Os produtos alimentícios tem validade e promoções. Mas a realidade é que não tem motivo para pânico. É um país que falta renda e tem excesso de produção", explica. No entanto, produtos de limpeza, vão demandar reposição mais rápida. "Temos perto um bom polo da indústria de higiene e limpeza e também alimentícia no Rio Grande do Sul", frisa Longo.

Álcool-gel, que nunca era vendido, agora é muito procurado. Foi o caso do videomaker Nathan Lemos, 30 anos, que na tarde de hoje, na companhia da esposa, resolveu antecipar algumas compras, mas não conseguiu adquirir o álcool. "Adiantamos o rancho mensal para evitar, o máximo, sair de casa. A gente vinha com mais frequência, mas agora vamos vir menos", detalha. Ele estava saindo de um supermercado na Rua dos Andradas, que no domingo estava com algumas prateleiras desabastecidas. "Hoje estava melhor. Não tinha nada faltando", compara.

As cenas de supermercados vazios na Europa, segundo Longo, não precisam se repetir no Brasil. "Lá, o papel higiênico vem da china. Aqui, não. Em 48 horas estará nos supermercados", prevê. O executivo acredita que as empresas não vão querer perder o cliente. "Principalmente por que produto vai ter. Diferentemente da época da greve dos caminhoneiros, quando a gente não sabia quando os estoques seriam repostos. A questão é comprar conforme a necessidade", recomenda.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895