Servidores de Porto Alegre decidem entrar em greve na próxima terça

Servidores de Porto Alegre decidem entrar em greve na próxima terça

Categoria reagiu ao projeto encaminhado pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior que envolve os vencimentos dos funcionários

Mauren Xavier

Assembleia lotou a sede do Sindicato dos Municipários, no bairro Cidade Baixa

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Os servidores de Porto Alegre decidiram, em assembleia, nesta sexta-feira, dar início à greve a partir da próxima terça-feira. A decisão tem como base uma reação da categoria ao projeto encaminhado pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior que envolve os vencimentos dos funcionários. A assembleia lotou a sede do Sindicato dos Municipários, no bairro Cidade Baixa. O PLCE 02/19 altera a estrutura de vantagens dos servidores públicos. Segundo o projeto, todas mudanças gerariam uma economia de R$ 16 milhões aos cofres públicos. 

De acordo com o diretor geral, Alberto Terres, a mobilização começará com uma concentração no Hospital de Pronto Socorro (HPS), a partir das 7h. "Ao longo do final de semana iremos discutir um cronograma de mobilizações para pressionarmos o governo e os vereadores para que esse projeto não avance", ressaltou o diretor. Ele lembrou que proposta similar já havia sido enviada pelo governo, porém, foi derrotada na Câmara de Vereadores no ano passado. "A categoria está disposta a lutar pelos seus direitos", enfatizou.

Além disso, recordou que o atual governo não pagou a reposição da inflação dos anos de 2017 e 2018 e não efetuou o pagamento das progressões de 2012 e 2014. Ao mesmo tempo, aumentou a alíquota previdenciária, de 11% para 14%. Terres também criticou a falta de diálogo da prefeitura. "No ano passado, enviamos 15 ofícios para agendar uma reunião e nenhuma vez fomos recebidos pelo prefeito. Nesse ano, encaminhamos em 16 de janeiro e não tivemos retorno", lembrou.

Dentro da proposta da prefeitura, os avanços, que hoje são de 5% a cada três anos trabalhados, passariam a ser de 3% a cada cinco anos. Em outro item, o adicional por tempo de serviço, que hoje é de 25% - sendo 15% quando o servidor completa 15 anos de serviço e 10% quando completa 25 anos de trabalho - seria extinto.

Prefeitura considera greve política

Em virtude da greve anunciada pelo Simpa, a Prefeitura de Porto Alegre considera que não há justa causa para uma paralisação ser declarada em virtude de um projeto de lei em discussão no Legislativo, a casa dos debates do município. “Fica evidente, mais uma vez, se tratar de uma greve política”, diz a nota.

Conforme a prefeitura, o Projeto de Lei Complementar do Executivo que reestrutura a máquina pública garante a sustentabilidade das finanças do município a médio e longo prazos. “Inclusive em benefício do futuro dos servidores. A proposta, aliás, não reduz a remuneração que hoje é paga aos municipários. Ela controla o aumento das vantagens futuras que se demonstram incompatíveis com o cenário financeiro atual da prefeitura”.

O Executivo adianta que não quer prejudicar os servidores. “O projeto garante os direitos adquiridos e busca equilibrar as vantagens de acordo com a realidade atual, buscando um maior equilíbrio entre receita e despesa. O projeto não muda o regime de trabalho dos servidores, apenas reduz os aumentos automáticos. Vale lembrar que estas correções já foram feitas em nível estadual e federal. Está na hora de Porto Alegre fazer o mesmo”, finaliza a nota.


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