Simers completa 90 anos valorizando autonomia e segurança dos profissionais da medicina

Simers completa 90 anos valorizando autonomia e segurança dos profissionais da medicina

Entidade marcou data simbólica em meio à imensa crise da pandemia

Correio do Povo

Entidade salientou superar desafios na pandemia

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“Uma representação feita de médicos, por médicos e para médicos”. Assim, o gineco-obstetra Marcelo Matias, atual presidente do Sindicato Médico do RS (Simers), define a entidade que completou 90 anos e trabalha pela valorização, autonomia, condições de trabalho e segurança dos profissionais. À frente do sindicato desde 2019, Matias não demorou muito para enfrentar um dos maiores desafios da categoria, a chegada da pandemia.

“Tínhamos o desconhecimento da Covid-19 e condutas estabelecidas, depois percebemos a falta de EPIs (equipamentos de proteção individual), até a politização da doença, que custou muito caro”, conta o presidente do Simers. Segundo ele, 20 colegas faleceram no RS em decorrência da contaminação enquanto trabalhavam na linha de frente. Matias destaca que um mural será inaugurado em homenagem a todos que perderam a vida atuando na linha de frente contra o coronavírus.

Entre as ações desenvolvidas pela entidade, Matias lembra das campanhas de conscientização e a distribuição de EPIs aos colegas que não dispunham de equipamentos. “Fomos a primeira entidade que fez isso no país. Temos serviços contratados de médicos que fazem discussões de caso com hospitais do interior do RS para melhorar e uniformizar o atendimento”, relata Matias, acrescentando a atuação do Simers, ao agilizar a vacinação dos médicos. Atualmente, o sindicato tem mais de 150 colaboradores e dispõe de serviços clínicos, jurídicos e previdenciários aos associados. “Temos sede própria em Porto Alegre, com dois edifícios, e sedes pelo interior, tudo para simplificar a vida dos médicos”, diz.

Momentos dramáticos não faltaram à categoria na pandemia. “A segunda onda com a variante P1 e falta de fármacos para intubação foram grandes desafios”, pontua Matias. Outra preocupação já é alertada pelo presidente do Simers: o que vem depois. “O sistema de saúde terá que se preparar para quem não conseguiu fazer tratamentos ou cirurgias por conta da propagação da Covid-19. Serão muitas internações não feitas e diagnósticos tardios. Muitas pessoas perderam o emprego e ficaram sem plano de saúde”, pondera.

Considerado o maior sindicato médico da América Latina, o Simers continua aplicando os mesmos esforços de nove décadas atrás. “O sindicato surgiu de homens abnegados que perceberam a necessidade de se defender o ato médico. Essa pauta está tão atual como nunca. Temos, no RS, uma equipe de médica extremamente qualificada e que me deu a honra de representá-los. A nossa direção se dedica 24 horas por dia porque precisamos cumprir a nossa missão”, frisa Marcelo Matias. Na última segunda-feira, o Simers recebeu homenagem da Câmara Municipal de Porto Alegre, pela passagem de 90 anos.


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