Sindicato orienta rodoviários a não assinar aditivo no contrato de trabalho

Sindicato orienta rodoviários a não assinar aditivo no contrato de trabalho

Com a redução gradual dos cobradores, aditivo contratual determina ao motorista efetuar a cobrança da tarifa

Felipe Samuel

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Previsto para a próxima terça-feira, o início da operação das 21 linhas de ônibus sem cobrador é motivo de críticas do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Porto Alegre (Stetpoa). Desde a definição da redução gradual dos cobradores, o sindicato vem orientando os rodoviários a evitar assinar um aditivo ao contrato de trabalho que determina ao motorista efetuar a cobrança da tarifa.

O presidente do Stetpoa, Sandro Abbade, explica que os motoristas precisam assinar o aditivo ao contrato para poder exercer outra função. "Estamos fazendo campanha para que os motoristas não assinem (aditivo), porque o sindicato não tem nenhum acordo com as empresas de ônibus para que todos os motoristas cobrem a passagem e dirijam os ônibus", afirma.

Conforme Abbade, a proposta sequer será levada a uma assembleia da categoria. Ele reforça que a adesão ao novo sistema de trabalho será dos próprios motoristas. "Iremos ver como se comporta daqui a pouco mais para tomar uma atitude. Até então nenhum trabalhador está sendo coagido pelas empresas a assinar nada. Inclusive não temos nenhum relato de que algum trabalhador tenha assinado algum documento", garante.

Mesmo com as mudanças, Abbade afirma que os rodoviários 'não vão trancar portões'. "Não há coerência em fazer protesto ou algo nesse sentido quando o trabalhador escolhe pessoalmente. Nesse momento não iremos fazer nada nesse sentido, vamos deixar ver o que vai acontecer na sequência dessa proposta, se os trabalhadores irão assinar aceitando a proposta. E isso acho que não vai acontecer, não acredito que os trabalhadores irão aceitar essa proposta", observa.

De acordo com a prefeitura, a implantação da nova forma de pagamento será realizada em duas etapas: 12 linhas na terça-feira, 15, e nove na quinta-feira, 17. Ao todo, a Capital possui 271 linhas de ônibus. A medida deve ser ampliada, chegando a 25% do sistema nesse modelo de atendimento até o fim do ano. Em 2023, com a redução gradual dos cobradores, o número de linhas sem a presença desses profissionais deverá ser aumentado.


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