Sindicato reclama de morosidade na implementação de bolsões para motos em Porto Alegre

Sindicato reclama de morosidade na implementação de bolsões para motos em Porto Alegre

Prefeitura descarta novos espaços reservados para motos ainda neste ano

Samantha Klein

Os bolsões são espaços nas avenida onde os motociclistas aguardam à frente dos demais veículos até a abertura do sinal. A medida visa redução da acidentalidade no município

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Os chamados bolsões para motos têm garantido resultado positivo para a redução de acidentes envolvendo esse tipo de veículo em Porto Alegre. O planejamento da Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC), no entanto, não inclui novas áreas para este ano. 

Os bolsões são espaços pintados no asfalto onde os motociclistas esperam o semáforo abrir à frente dos demais veículos. Eles dão preferência e facilitam no momento da largada. Somente seis cruzamentos da cidade tem uma área destinada especialmente para as motocicletas. 

A medida, que começou a ser implementada há um ano e dois meses, é resultado de pleito dos motoboys. Entretanto, o Sindicato dos Motociclistas Profissionais (Sindimoto-RS) reclama da morosidade na implementação de novos espaços. "A vida do motociclista vale o valor de R$ 4, R$ 10, R$ 15, conforme o valor do frete. Esse é o recado do poder público. Se os resultados são positivos porque a prefeitura não implementa?", questiona o presidente da entidade, Valter Ferreira.  

Conforme Ferreira, se as avenidas de trânsito rápido fossem priorizadas já haveria um grande ganho. "Locais de conflito como Protásio Alves, Nilo Peçanha, Farrapos, Carlos Gomes já deveriam ter os bolsões em vários cruzamentos. Além de proteger a vida do motociclista, facilita a visualização dos pedestres. E claro, é necessário maior informação para que os motoristas respeitem o espaço". 

Cruzamento da Mostadeiro com a Goethe

Motoristas notaram que o bolsão do cruzamento entre a rua Mostardeiro com a Goethe sumiu faz alguns dias. A EPTC explica que a pintura foi coberta após recapeamento asfáltico no trecho. A sinalização horizontal será refeita, mas depende da melhoria das condições do clima para ser realizada.

O uso experimental do espaço para motos é autorizado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Os bolsões foram instalados em seis pontos na Capital. Estão nos cruzamentos das avenidas Bento Gonçalves x Antônio de Carvalho, Protásio Alves x Antônio de Carvalho, Farrapos x Cairu, Goethe x Mostardeiro, Independência x Rua Garibaldi e Cavalhada x Eduardo Prado.

Relatório aponta queda de acidentes e feridos com bolsões

Nos seis cruzamentos, segundo a EPTC, ocorreram cinco acidentes um ano antes da implementação dos bolsões contra quatro casos no período de 12 meses após a pintura dos espaços. A proporção de feridos caiu de 6 para 1 no mesmo intervalo. 

Conforme a empresa de fiscalização, os motociclistas são um dos maiores grupos de risco em razão das estatísticas. Por isso, são o foco das ações educativas da EPTC para redução de acidentes, uma das grandes preocupações nos conflitos do trânsito da Capital. 

No primeiro semestre de 2019 foram registradas 40 vítimas fatais no trânsito da Capital, contra 43 no mesmo período do ano passado. Das 40 mortes, 17 envolveram motociclistas. No ano passado, no mesmo período, foram 16 vítimas fatais. Os dados são da Coordenação de Indicadores e Engenharia de Tráfego (CIET) da EPTC.


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