Situação do setor da atividade física é a melhor desde o começo da pandemia em Porto Alegre

Situação do setor da atividade física é a melhor desde o começo da pandemia em Porto Alegre

Academias podem funcionar de segunda a sexta-feira com regras de prevenção a Covid-19

Gabriel Guedes

Dia 11 de agosto foi o dia de redenção para as academias que voltaram a funcionar em Porto Alegre

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O dia 11 de agosto foi o dia de redenção para as academias, que depois de quase dois meses, voltaram a funcionar em Porto Alegre. Agora com algumas regras, como abrir de segunda a sexta-feira, mas em horário livre, e atender um aluno a cada 16 metros quadrados. A medida ainda não é a ideal, mas atende ao que o setor pleiteou junto à Prefeitura de Porto Alegre. “Com esta situação, uma academia consegue ao menos se pagar”, assegura o presidente da Associação das Academias Gaúchas Unidas (AAGU), Gabriel Felipe. 

Entre academias, centros de artes marciais, boxes de crossfit e centros de funcional e mini estúdios, a Capital deve ter 2,8 mil empresas, que segundo o representante da entidade, muitas vão fechar. Um levantamento que está sendo realizado, deve apontar, em breve, o tamanho do estrago no setor. Em Canoas, onde já foi feito este trabalho, dos 137 estabelecimentos, 28 fecharam, o que representa 20% dos negócios. Ele estima que dos cerca de 10 mil trabalhadores do setor, cerca de 35% perderam seus empregos durante a pandemia de Covid-19.

“A gente teve uma reunião antes da publicação do decreto com o secretário Leonardo Hoff (Desenvolvimento Econômico), apresentamos uma proposta de ter uma pessoa a cada 16 metros quadrados. Igual a Canoas, como estabelece o decreto do Governo do Estado. E o que nos falaram é a proposta que vai permanecer durante a bandeira vermelha”, detalha Felipe. 

Desmotivação

Esta certa estabilidade é bem vinda para o empresário Jean Carlos Barbosa, dono de um box de crossfit no bairro São Geraldo. Segundo o empreendedor, foi o abre e fecha antes deste último decreto que acabou “drenando” os clientes, que desmotivados, deixavam de se exercitar.

Mas bastou o anúncio da retomada para que os alunos começassem a retornar aos treinos, segundo Barbosa. Uma semana antes da reabertura tinha 60 alunos. Agora já são 110 inscritos contra os 220 que existiam antes da pandemia. Ainda assim, um alento. “A gente abriu, quando teve um outro decreto que permitia, mas depois fechou. Aí tivemos um cancelamento em massa de vez. O pessoal se desmotivou”, lamenta Barbosa.

De acordo com Felipe, o setor de atividades físicas está seguindo estritamente os protocolos. “Não há caso nenhum caso em academia. E tudo isso nos leva a um excelente dado de higienização”, garante. “Agora estamos reabrindo e o pessoal está voltando. Estamos focando bastante em deixar o cliente mais seguro e a gente está notando que o pessoal está preocupado com isso”, destaca o empresário. 

Na academia de crossfit dele, são 12 alunos simultâneos. Mesma situação de outro box de crossfit situado no bairro Bom Fim, que também observou um crescimento na demanda na semana anterior. “As pessoas entendem que a atividade física é essencial. O pessoal não aguenta mais ficar trancado em casa”, acrescenta o proprietário, Jonny Andreus Bianchi.

Susto

A situação só não foi pior, porque Bianchi e o sócio resolveram abrir o espaço em abril, quando a pandemia dava os primeiros passos na Capital. “Diferente de outros lugares, que tiveram um baque grande. Sofremos um susto, mas não foi tão grande. O que surgir de aluno, de agora em diante, só melhora”, avalia o empresário, que tem 70 clientes. 

Mas no caso de Barbosa, a situação delicada exigiu medidas mais duras. “Eu reduzi a jornada de trabalho de todos os professores e tive que antecipar as férias. O pessoal está fazendo três turnos durante a semana. E aí eu e meu outro sócio estamos dando as aulas. Optamos por não fazer nenhum desligamento. Agora estamos na torcida por não ter mais nenhum longo período de parada”, conclui Barbosa.


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