SK9/RS completa um ano e quer expandir trabalho com farejadores

SK9/RS completa um ano e quer expandir trabalho com farejadores

Cães farejadores são aliados da Polícia Rodoviária Federal no Estado, principalmente no combate ao tráfico de drogas

Felipe Nabinger

Agente Regina Abreu apresenta as habilidades do cachorro Ébano, que faz parte do “efetivo canino” do Subcomando Regional de Cães Policiais (SK9/RS)

publicidade

Baruk, Guri, Cliff, Ébano e Simo. Pode não parecer, mas esses nomes são de agentes da Polícia Rodoviária Federal no Estado de grande colaboração no combate ao tráfico de armas e drogas. Trata-se de um quinteto de cães farejadores, com idade entre dois e três anos de idade. Junto com seus respectivos operadores eles formam a equipe do Subcomando Regional de Cães Policiais (SK9/RS), que completou um ano de criação no dia 26 de fevereiro. Desde novembro do ano passado, o SK9/RS ocupa o novo canil localizado em uma área de cerca de 600 metros quadrados, dividindo o alojamento dos animais e espaços para os treinamentos com o hangar da Base de Operações Aéreas (BOA). Os cães farejadores atuam, principalmente, no combate ao tráfico de drogas, constituindo um forte aliado para a apreensão de entorpecentes nas rodovias federais.

Localizado às margens da BR-290, em Porto Alegre, o canil e o hangar foram instalados em local estratégico. “Sermos vizinhos facilita em um deslocamento mais rápido. Conseguimos, por exemplo, chegar a Osório com os cães no helicóptero em cerca de dez minutos, a tempo de realizar o faro em veículos abordados no Litoral Norte”, explica o coordenador do canil, André Espindula. A rodovia costeando o terreno também facilita o transporte terrestre dos animais na van ou na caminhonete Mitsubishi L200 adaptadas, que compõem a frota do subcomando, contando ainda com um reboque modificado para servir de alojamento aos animais em missões que duram mais de um dia no Rio Grande do Sul ou em outros estados, caso necessário.

Antes mesmo da inauguração do canil, os cães já estavam em atividade. No começo de julho do ano passado, por exemplo, dois deles participaram da apreensão de quatro toneladas de maconha em um caminhão usado para transporte de porcos em São Leopoldo. O caminhão, com placas do Paraná, estava aparentemente vazio, mas com uma grande quantidade de fezes suínas. Os cães farejadores Guri e Baruk auxiliaram a encontrar as drogas em diversos fundos falsos. “A avaliação é positiva. Já temos traduzido esse resultado em apreensões. Nossos cães já estão operando desde o início da criação da unidade”, comemora Espindula.

Os animais são adquiridos já em idade adulta, possuindo treinamento específico para o farejamento feito por empresas privadas. Nas áreas do canil são realizados treinamentos voltados à detecção e busca, além de embarque e desembarque aéreo. “Fizemos três dias de treinamento no ano passado simulando embarque e desembarque. Pessoas chegaram a parar os carros na rodovia para ver”, comenta o coordenador. A equipe do SK9/RS participou de uma capacitação de 30 dias promovida pela PRF nacional em São José/SC, o Curso de Operações com Cães de Faro.

O binômio agente/cão

Policiais rodoviários federais atuam com seus cães, formando os binômios. Crédito: Alina Souza

Os cinco cães, três pastores alemães (Cliff, Ébano e Simo), um pastor belga malinois (Baruk) e um border collie (Guri), ficam alojados em baias de 11 metros quadrados, que contam com bebedouros automatizados. Há, ao todo, seis baias disponíveis, mas a ocupação depende do aumento de efetivo do subcomando. Eles tem um tratador à disposição, área para banho e outra onde são soltos três vezes por dia, quando não estão operando ou em treinamento, para brincarem e realizarem necessidades fisiológicas fora do ambiente onde ficam recolhidos. Os cães farejadores são aposentados após completarem oito anos de idade.

Além de Espindula, compõem o subcomando como operadores os agentes Regina Abreu, que junto com ele realizou o escopo do projeto do canil, Ricardo Martins, Renato Coelho e Rafaela Cruz. Rafaela, aliás, é a novata da equipe, tendo ingressado em janeiro deste ano. Ela opera no chamado binômio, forma usada internamente para designar o conjunto agente e cão, com Baruk, que antes ficava sob responsabilidade do coordenador do SK9/RS. “Não sou eu quem treino ele, ele é quem me treina”, brinca.

O convívio e a parceria entre operador e cão faz com que os agentes criem vínculos com os animais que vão além do trabalho. Conforme Espindula, é comum que os agentes, mesmo nos dias de folga, visitem os cães e brinquem com eles no campo de treinamentos. Além disso, alguns deles, também aproveitam para passear com os animais nestes momentos de lazer.

A história do subcomando

Rafaela Cruz com o cão "Baruk". Crédito: Alina Souza

Embora a portaria que instituiu o SK9/RS complete um ano deste dia 26, a atividade da PRF com cães é mais antiga. Em 2018, ainda sob o nome de Grupo de Operações com Cães (GOC/RS), a operação contava com dois cães em Bento Gonçalves. Antes da inauguração do canil na Capital, os animais do SK9/RS seguram ocupando as dependências. Agora, a meta do SK9/RS é expandir a operação com os cães da PRF para outros três municípios.

“Queremos fortalecer cada vez mais o grupo com mais operadores e cães. Nossa meta é expandir a ferramenta no Rio Grande do Sul. Já temos em Bento Gonçalves toda uma estrutura, sem os cães, podendo retomar a operação lá e expandir para regiões estratégicas com a implantação de canis em Ijuí e Pelotas”, explica Espindula.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895