Sobrinho de Elissandro Spohr diz que o tio não queria espuma na Boate Kiss

Sobrinho de Elissandro Spohr diz que o tio não queria espuma na Boate Kiss

Willian Renato Machado é segundo depoente ouvido no sexto dia de julgamento do processo

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Willian Renato Machado é sobrinho de Elissandro Spohr, um dos réus do julgamento

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Com informações dos repórteres Paulo Tavares e Giovani Gafforelli 

O sobrinho do réu Elissandro Spohr, Willian Renato Machado, contou, nesta segunda-feira, no sexto dia de julgamento do caso da Boate Kiss, que o tio não queria o uso de espuma dentro da casa noturna. Segundo o depoente, que também é um dos sobreviventes da tragédia, Spohr não queria o material porque causava má aparência. "Era uma coisa que sempre incomodava o Kiko (Elissandro). Esteticamente achava feio", disse Machado. 

O depoente trabalhava, na época do incêndio, na Kiss fazendo a divulgação nas redes sociais dos eventos da noite. Ele explicou como funcionava a casa noturna. Sobre a questão da comanda, Machado disse que não existia ordem para que fechassem a porta sem antes acertar o pagamento. Ele ainda relatou que ter superlotação não era vantajoso para a boate. "A gente sempre falava que, quanto mais apertado, pior é. Quando está muito cheio, as pessoas não consomem", disse. 

De acordo com Machado, o Elissandro conhecia boa parte dos frequentadores da boate. "Era amigo de todo mundo", disse. No entanto, após a tragédia em Santa Maria, muitas pessoas se afastaram da família deles. "Eu conto nos dedos quantos amigos ficaram do meu lado. Isso nos dói muito. Tínhamos contato com todo mundo", recordou.

Questionado se haviam entrado em contato com os parentes das vítimas, ele disse que a família ficou receosa. "Foi muito dolorido para nós o incêndio. Sempre pensamos em ter contato com os familiares das vítimas, mas achávamos temerário", lamentou. 

O depoimento de Machado teve quase duas horas de duração. A próxima depoente a ser ouvida no julgamento é Nathália Daronch, esposa de Elissandro Spohr. 


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