Substâncias que alteram gosto da água de Porto Alegre não trazem risco à saúde, diz Dmae

Substâncias que alteram gosto da água de Porto Alegre não trazem risco à saúde, diz Dmae

Amostras foram coletadas pelo departamento em 10 de dezembro

Correio do Povo

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Análises do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) indicaram que a presença de MIB (metilisoborneol) e de geosmina, substâncias que provocam gosto e odor de terra na água de Porto Alegre, não causam riscos à saúde. De acordo com o departamento, a água continua sendo potável e podendo ser consumida pela população. As amostras foram coletadas no dia 10 de dezembro na água bruta e tratada das Estações Moinhos de Vento e São João – que abastecem a zona Norte e parte da região Central da Capital.

Os Sistemas de Abastecimento de Água (SAA) Moinhos de Vento e São João são os que registraram maior número de reclamação de usuários devido ao gosto e odor de terra. Desde o dia 9 de dezembro, um total de 82 ocorrências foram informadas via fone 156 e aplicativo 156+POA, canais que seguem sendo indicados para queixas quanto à qualidade da água. Ambos os sistemas possuem a captação de água próxima ao Cais do Porto e da foz do rio Gravataí.

“Vivemos um momento de escassez hídrica, que baixou o nível do nosso manancial, o Guaíba, e dias mais iluminados. Este fenômeno da natureza faz com que haja a floração de organismos, tais como as algas, que liberam as substâncias que causam gosto e cheiro de terra na água. Mas apesar dos testes comprovarem a concentração das substâncias, as análises hidrobiológicas não detectaram a presença delas”, afirma o diretor-geral do Dmae, Alexandre Garcia.

A Diretoria de Tratamento e Meio Ambiente (DT) do departamento ampliou o monitoramento do Lago Guaíba, com coletas semanais no ponto de captação e coletas adicionais na foz do Rio Gravataí, afluente mais próximo. Desde o dia 9 de dezembro, foram intensificadas a realização de painéis sensoriais e o controle nas etapas do tratamento de água.

O Dmae também aumentou a dosagem de dióxido de cloro nas estações de Bombeamento de Água Bruta Moinhos de Vento e São João. De 0,25 miligramas por litro (mg/L) aplicados quatro horas por dia, passou para 0,40 mg/L, 24 horas por dia. Além disso, na Estação de Bombeamento de Água da Bruta (ETA) Menino Deus, 0,35 mg/L desse composto químico estão sendo empregados de forma preventiva 24 horas, diariamente.

“O ajuste na dosagem do dióxido de cloro já atenuou consideravelmente a percepção do gosto e odor que vinha sendo sentido desde a semana passada. Estamos tomando todas as medidas cabíveis para controlar a situação e preparados caso haja a necessidade da aplicação de carvão ativado no processo de tratamento”, informa a diretora de Tratamento e Meio Ambiente, Joicineli Fagundes Becker.


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