Taxistas do aeroporto reclamam da crise da pandemia e da concorrência do transporte clandestino

Taxistas do aeroporto reclamam da crise da pandemia e da concorrência do transporte clandestino

Condutores afirmam que preços menores são oferecidos a turistas em frente ao Salgado Filho

Cláudio Isaías

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Os 220 motoristas que trabalham no Porto Alegre Airport - Aeroporto Internacional Salgado Filho estão sofrendo com a crise causada pela pandemia do coronavírus e com concorrência de condutores clandestinos que atuam na região do aeroporto. Com 18 anos de profissão, Ildo Lopes disse que nunca tinha visto uma crise econômica como a da Covid-19 que afetou o movimento de passageiros. "Tem dias que são feitas cinco corridas por dia", explicou o condutor estacionado no Terminal 1, com acesso pela avenida Severo Dullius, na zona Norte. Segundo ele, o serviço com a pandemia teve uma queda vertiginosa. "Antes da pandemia, eram de 10 a 12 corridas diárias. A esperança é que tudo isso passe de uma vez", ressaltou nesta quarta-feira. 

Lopes disse ainda que no auge da crise muitos colegas optaram por ficar em casa. Para Lopes, a pandemia do coronavírus que assombra o mundo impactou em cheio o dia a dia dos taxistas que trabalham no aeroporto com a queda no volume de corridas de viajantes do Brasil e vindos do exterior. "O que tem nos ajudado são os turistas de outros estados que querem conhecer a Serra gaúcha, especialmente Gramado e Canela. Temos feitos corridas boas", acrescentou. 

No entanto, os taxistas não contavam com a concorrência que estão atuando no aeroporto. Motorista há 35 anos, Luiz Carlos Spessato afirmou que desde o começo da pandemia o movimento de clientes caiu 70%. "Estamos conseguindo uma leve recuperação. Agora, o que a gente não contava é com a atuação de motoristas clandestinos atuando dentro do aeroporto", destacou. Segundo Spessato, eles ficam no saguão do Salgado Filho esperando o desembarque dos passageiros. "São turistas que querem conhecer as cidades da Serra gaúcha e procuram o serviço dos taxistas. Os clandestinos se atravessam e oferecem preço menores para  viagem. Estamos perdendo clientes", lamentou. 

Trabalhando há mais de 20 anos com táxi no aeroporto, Paulo Ricardo Nascimento disse que nunca tinha visto uma crise deste tamanho no país. "Antes da pandemia, eu realizava uma média de até 15 corridas por dia. Hoje, o camarada tem que chegar de madrugada e se tiver sorte realiza duas, três, talvez quatro", acrescentou. "Além da crise da Covid-19, temos que enfrentar o transporte por aplicativo e os clandestinos", ressaltou.

A Cooperativa de Táxis do Aeroporto Salgado Filho (Cootaero) afirmou que com a crise da Covid-19 é impossível evitar perdas econômicas, tanto para a entidade como para os cooperados. Ildo Lopes afirmou que aguarda a normalização do movimento de passageiros no aeroporto. "A retomada dos voos e chegada de passageiros a todo a momento como acontecia nos bons tempos está sendo esperada ansiosamente pela categoria", acrescentou.


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