Temporada de furacões bate recorde em 2017

Temporada de furacões bate recorde em 2017

No Caribe, danos atribuídos ao Irma são calculados em 10 bilhões de dólares

AFP

No Caribe, danos atribuídos ao Irma são calculados em 10 bilhões de dólares

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Com Harvey, Irma e José em destaque, a temporada de furacões no Atlântico Norte registrou vários recordes este ano, assim como a observação de novos fenômenos. "O que é marcante no Irma é que foi a primeira vez que um furacão atingiu a categoria 5 antes de chegar ao mar do Caribe, mais quente" que o Atlântico, explicou Patrick Galois, do serviço de meteorologia francês Météo France.

Segundo a escala de Saffir-Simpson, uma tempestade se transforma em furacão de categoria 1 quando os ventos atingem 118 km/h, e de categoria 5 (a mais alta) quando registram no mínimo 250 km/h durante ao menos um minuto. A intensidade das tempestades tropicais cresce conforme a temperatura da água e o nível de umidade no ar, que aumentam com as mudanças climáticas. Estas "não criam estas tempestades, mas acentuam seus impactos", explicou Anders Levermann, do Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático.

Com ventos de 295 km/h durante mais de 33 horas, Irma se tornou o furacão de maior duração com tal intensidade desde que há dados sobre estes fenômenos, segundo o serviço de meteorologia francês, o Météo France. Desse modo, Irma bateu o recorde do tufão Haiyan, que provocou ventos da mesma magnitude durante 24 horas e deixou mais de 7.000 mortos e desaparecidos em 2013 nas Filipinas.

No Caribe, os danos atribuídos ao Irma são calculados em 10 bilhões de dólares pelo Centro de Gestão de Catástrofes e de Redução de Riscos Tecnológicos de Karlsruhe, Alemanha. Esse número faz com que Irma seja o furacão mais devastador em termos de danos materiais na região.

No Texas, o Harvey ficou estacionado por algum tempo, enquanto um furacão normalmente se desloca a 25-30 km/h em média. Esta situação incomum gerou recordes de acúmulo de chuva durante um fenômeno como este nos Estados Unidos. Segundo o Centro Nacional de Furacões americano, ao sudeste de Houston foram detectados 125,27 centímetros, ultrapassando o recorde anterior, de 121,9 cm, estabelecido durante o ciclone tropical Amelia, em 1978, em Medina (Texas).

A formação simultânea de três furacões na bacia atlântica, como aconteceu com Irma, José e Katia, é pouco frequente. A última vez tinha sido em 2010. Além disso, José e Irma passaram à categoria 4 ao mesmo tempo. Essa simultaneidade de furacões com tal intensidade só tinha ocorrido duas vezes antes, segundo os dados disponíveis, em 1935 e 2010.

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