Terceira dose da Coronavac aumenta anticorpos em adultos e idosos, aponta estudo da Sinovac

Terceira dose da Coronavac aumenta anticorpos em adultos e idosos, aponta estudo da Sinovac

Artigos foram publicados na plataforma de preprints MedRxiv, onde são disponibilizadas pesquisas ligadas à saúde

Correio do Povo

Coronavac

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Dois estudos da biofarmacêutica chinesa Sinovac, publicados nesta terça e divulgados nesta quarta, mostram que a aplicação de uma terceira dose da Coronavac aumenta a resposta imunológica contra o coronavírus em adultos de 18 a 59 anos e idosos de 60 anos ou mais. Em ambos os estudos, a dose adicional do imunizante foi administrada em três períodos: após 28 dias, seis meses e oito meses depois da segunda dose. Em todas elas, cientistas identificaram aumento da proteção. Os pacientes envolvidos no teste não apresentaram nenhum efeito adverso grave na nova aplicação.

Os artigos foram publicados na plataforma de preprints MedRxiv, onde são disponibilizadas pesquisas ligadas à saúde que estão em processo de revisão por pares.

Mesmo apresentando resultado positivo na aplicação da terceira dose nos três períodos estudados, os estudos chamam a atenção para a dose adicional recebida depois de seis meses, que mostrou resultados mais expressivos na comparação com o grupo que recebeu a dose adicional após 28 dias. Já em idosos, houve um aumento de aproximadamente seis vezes no nível de anticorpos neutralizantes sete dias depois da aplicação da dose adicional.

De acordo com a farmacêutica, as pesquisas fornecem dados científicos importantes para ajudar na elaboração de políticas sanitárias e no desenvolvimento de estratégias para a distribuição de vacinas, além do tempo de aplicação das doses adicionais.

A resposta imunológica e segurança da dose adicional para os adultos

O primeiro artigo traz as conclusões de um ensaio clínico duplo-cego de fase 2, controlado por placebo, em adultos saudáveis com idades entre 18 e 59 anos, para administração de uma dose adicional da Coronavac. Um grupo recebeu a dose adicional decorridos 28 dias da aplicação da segunda dose, o outro, seis meses após a segunda dose.

Os resultados indicaram que um esquema de duas doses gera boa memória imunológica, sendo que a dose adicional, administrada seis meses após a segunda dose, mostra uma resposta imunológica rápida e forte.

O nível de anticorpos neutralizantes aferidos no 28º dia após a aplicação da dose adicional aumentou de três a cinco vezes em relação aos mesmos níveis aferidos no 28º dia após a segunda dose. Os resultados evidenciam que intervalos mais longos entre a segunda dose e a dose adicional resultam em níveis mais elevados de anticorpos.

O estudo também mostrou que não houve nenhum efeito adverso grave na nova aplicação: "houve poucos relatos e todos foram de reações de grau 1 ou 2, sendo a mais comum dor no local da injeção".

Dose de adicional para idosos após oito meses

No segundo estudo, foram recrutados 303 participantes separados em três grupos. Decorridos oito meses após a segunda dose, um grupo recebeu uma dose de adicional de 3 miligramas, já o segundo grupo tomou uma dose adicional de 6 miligramas e o terceiro grupo foi tratado com placebo.

Os resultados mostraram que, sete dias depois da aplicação, a dose adicional induziu um aumento significativo no nível de anticorpos neutralizantes, aproximadamente sete vezes maior do que os níveis de anticorpos neutralizantes verificados no 28º dia após a segunda dose. Além disso, a dose adicional foi bem tolerada em pacientes idosos, que não apresentaram efeitos adversos. Todas as reações relatadas foram leves, sendo a mais comum dor no local da injeção. 


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