Terminal Triângulo já está destelhado há quatro anos

Terminal Triângulo já está destelhado há quatro anos

Teto da estrutura desabou em 2014 após uma forte ventania

Claudio Isaías

Sem teto, Terminal Triângulo ainda enfrenta problemas com elevadores

publicidade

Os usuários do Terminal Triângulo, localizado na avenida Assis Brasil, na Zona Norte de Porto Alegre, enfrentam todos os dias uma série de dificuldades para acessar a estrutura. No local, onde circulam milhares de pessoas diariamente, todos os elevadores estão estragados e parte do teto ainda está sem cobertura. O terminal é utilizado pelos passageiros que pretendem se deslocar para a Região Metropolitana de Porto Alegre, no caso as cidades de Cachoeirinha, Gravataí, e Alvorada, e para o centro da cidade.

Moradora do bairro Jardim Lindoia, a comerciária Rejane Medeiros disse que acha difícil que o local seja recuperado. "Faz quase 4 anos que o telhado está sem cobertura e simplesmente a prefeitura não resolve este problema", lamentou. O técnico em informática Ronei Andrade, residente no Passo D'Areia, afirmou que já perdeu a conta de ter visto pessoas idosas e com dificuldade de mobilidade terem que usar as escadas para chegar até a área de embarque do terminal ou para acessar as avenidas Assis Brasil ou Baltazar de Oliveira Garcia. "Tudo isso acontece porque os elevadores estão estragados e simplesmente ninguém toma uma providência", destacou.

Já a Elisângela Ferreira, estudante do 3º ano do Ensino Médio, afirmou que é inacreditável que ainda não tenha sido colocado cobertura no telhado. "Nos dias de chuva, fica difícil a circulação neste local", acrescentou. A técnica em enfermagem Renata Rafaelli comentou que nos dias de chuva os passageiros aguardam em um ponto com cobertura a chegada do ônibus.

A cobertura do terminal foi danificada pelos fortes ventos que atingiram Porto Alegre em dezembro de 2014. Além dos elevadores desativados, os usuários reclamaram das pichações e da falta de assentos na estrutura. Outro fato que chama a atenção no local é o aumento do número de ambulantes que comercializam alimentos e bebidas. Pelo menos 15 bancas estavam montadas no terminal.

Um total de pelo menos 100 linhas de integração que circulam por Porto Alegre e pela Região Metropolitana – Alvorada, Cachoeirinha e Gravataí, passam pelo Terminal Triângulo, segundo levantamento da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).

Dificuldades para entrar no ônibus

Quem circula diariamente pelos viadutos Jayme Caetano Braun, na avenida Nilo Peçanha, e José Carlos Utzig, na avenida Benjamin Constant, na zona Norte de Porto Alegre, não tem como deixar de reparar nas estruturas totalmente deterioradas dos dois viadutos. Os passageiros que utilizam os ônibus que circulam pela Terceira Perimetral e com destino às cidades da Região Metropolitana são obrigados a conviver com elevadores estragados, escadas rolantes desativadas, pichações e a falta de assentos nas estações para os usuários.

No Viaduto José Carlos Utzig, os passageiros precisam realizar uma verdadeira ginástica para conseguir pegar o ônibus. Os dois elevadores estão estragados. Em um deles, foi colocado um tapume de madeira. As duas escadas rolantes não funcionam. A solução é utilizar os degraus para chegar à parte superior do viaduto.

O frentista Moisés Silveira, residente na avenida São Pedro, fez uma "brincadeira" com a situação da estrutura. Ele afirmou que vai mudar o prefeito e os integrantes da Câmara de Vereadores e as escadas rolantes e elevadores continuarão estragados. "Não tem jeito é uma falta de respeito com o usuário. Essas estruturas tinham que estar funcionando porque muitas pessoas não podem subir as escadas", destacou. A aposentada Marilene Simões, moradora da Benjamin Constant, disse que flagrou idosos com dificuldade de locomoção tendo que subir as escadas. Outro ponto destacado por ela é que cadeirantes não tem como acessar a parte superior do viaduto José Carlos Utzig porque os elevadores estão danificados.

Já o Viaduto Jayme Caetano Braun, na avenida Nilo Peçanha, os quatro elevadores estavam desativados o que dificulta as pessoas que desejam acessar a parte superior. O deslocamento dos usuários que desejam acessar ou sair do local é feito pelas escadas. Duas guaritas que foram utilizadas pelo serviço de segurança estão desativadas e em péssimas condições, inclusive uma delas sem a porta e sem vidros.

Enquanto aguardava um ônibus da linha T2, a esteticista Nádia Moraes afirmou que além do conserto dos elevadores no local poderiam ser colocados bancos para que os passageiros pudessem sentar e aguardar o transporte coletivo. Ela sugeriu ainda a limpeza com mais frequência da estrutura, uma pintura e a retirada das pichações.

Usuários falam em descaso


No viaduto jornalista Jorge Alberto Mendes Ribeiro, na rótula das avenidas Carlos Gomes com Protásio Alves, o elevador na entrada da estação pela avenida Carlos Gomes ao lado de um posto de combustível, está estragado. Os usuários precisam utilizar a escada para acessar o viaduto. Na estrutura localizada na avenida Protásio Alves, no sentido Centro/bairro, o telhado da estação segue danificado. Foi possível flagrar pessoas utilizando as escadas rolantes estragadas (para ter acesso à parte inferior e superior do viaduto) para conseguir pegar os ônibus com destino ao centro de Porto Alegre ou para a zona Norte da cidade.

Nos corredores da Carlos Gomes não há lâmpadas, o que deixa a estrutura na escuridão. Além disso, o local, como os viadutos José Eduardo Utzig e Jayme Caetano Braun, não possui rampas de acessibilidade. Moradora da avenida Cristiano Fischer, a contadora Eliane Freitas Siqueira definiu a situação da estrutura como um total descaso da prefeitura. “Sabemos que a situação é difícil, mas o que mais incomoda é a inatividade dos elevadores e das escadas rolantes. Não precisava chegar a este ponto”, acrescentou. Ela afirmou que o local poderia receber também uma nova pintura.

O que diz a prefeitura

A prefeitura vai contratar a empresa Elevadores Alcer Ltda, declarada vencedora da licitação, para fazer reparos imediatos, manutenção preventiva, corretiva e serviços eventuais do sistema de elevadores e escadas rolantes em viadutos e terminais. Após a análise dos atos e confirmados todos os itens referentes ao pregão eletrônico 114/2018, o processo foi homologado no dia 6 de novembro pela Secretaria Municipal da Fazenda. O valor máximo ficou em R$ 1,1 milhão para os serviços.

O pregão eletrônico 114/2018, processo 18.0.000041563-0, foi realizado pela Celic em 17 de outubro, no portal de compras públicas. Após a homologação, a Smim aguarda o envio do contrato pela Secretaria da Fazenda para se reunir com a empresa e elaborar o cronograma de execução. O edital prevê que os serviços sejam executados logo após a ordem de início (que ocorre após a assinatura do contrato), conforme programação de atividades entre a contratada e a prefeitura, e considera o fornecimento de material e mão de obra, sendo o contrato válido por 12 meses, podendo ser prorrogado.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895