Teste de vacina contra a Covid-19 feita a base de plantas terá mais 500 voluntários em Porto Alegre

Teste de vacina contra a Covid-19 feita a base de plantas terá mais 500 voluntários em Porto Alegre

Estudo clínico da Medicago é conduzido no Rio Grande do Sul pelo Instituto de Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento, que recebeu autorização para dobrar número de participantes

Jonathas Costa

A restrição fica em vigor até que a situação atual seja normalizada e a pandemia retorne aos patamares anteriores

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O Instituto de Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento recebeu a confirmação de que poderá recrutar mais 500 voluntários para participarem dos testes clínicos do imunizante da biofarmacêutica canadense Medicago, em parceria com a britânica GlaxoSmithKline (GSK). O estudo foi iniciado neste mês em Porto Alegre e ocorre em paralelo com centros de pesquisa do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Valinhos (SP) e São José do Rio Preto (SP).

Estavam previstos, inicialmente, o recrutamento de 3,5 mil pessoas maiores de 18 anos no Brasil. Ao todo, são 30 mil participantes em países da Europa, América Latina e América do Norte. A velocidade da imunização em outras nações, contudo, dificultou o recrutamento de voluntários, uma vez que os participantes não podem ter recebido doses de nenhum outro imunizante.

“A vacinação vem avançando, então sobra uma janela estreita para conduzir estudos. Pelo calendário vacinal, o Brasil acabou tendo uma oportunidade de ter mais vagas que seriam destinadas aos Estados Unidos e Canadá, onde a campanha de imunização está mais avançada”, explica Luciano Hammes, médico pesquisador do Hospital Moinhos de Vento.

As primeiras 500 vagas abertas pelo hospital estão praticamente esgotadas. O novo recrutamento deve ser aberto ainda nesta semana e a expectativa é que em sete dias todos os novos voluntários estejam inseridos dentro do estudo. 

O ensaio clínico foi aprovado pela Anvisa e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa no dia 8 de abril. O imunizante se diferencia das demais vacinas disponíveis no mercado por utilizar plantas como principal matéria-prima, neste caso da espécie Nicotiana benthamiana, uma parente do tabaco.

Os interessados em participar não podem já ter sido infectados pelo novo coronavírus, devem residir em Porto Alegre ou em cidades da Região Metropolitana, e mulheres em idade fértil devem estar utilizando método anticoncepcional por até um mês após a 2º dose da vacina.

Pessoas com condições clínicas que aumentam risco de Covid-19 mas que não foram atendidas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), como, por exemplo, tabagistas, obesos leve, alcoolicos e doentes psiquiátricos, podem participar do estudo e possuem preferência. Mais informações estão disponpiveis no site da instituição.


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