Trabalhadores começam a reabrir postos de Saúde em Porto Alegre
Pelo menos duas Unidades Básicas de Saúde estão fechada e duas têm atendimento restrito
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Após uma segunda-feira de protestos em frente à Câmara de Vereadores e críticas do prefeito a funcionários, trabalhadores do Instituto Municipal de Estratégia da Saúde da Família (Imesf) começaram a retornar ao trabalho. Ontem, eram 67 unidades básicas de saúde fechadas em Porto Alegre.
Nesta terça-feira, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, somente a Unidade de Saúde Beco dos Coqueiros, localizada no bairro Passo das Pedras, e a Unidade de Saúde Recreio da Divisa, na Lomba do Pinheiro, estão fechadas. Além disso, as Unidades de Saúde Batista Flores e Campos do Cristal estão com atendimento restrito.
A orientação do Sindisaúde é para que todos voltem às atividades normais, já que o secretário da Saúde prometeu iniciar negociação com os funcionários ameaçados de demissão a partir da reabertura dos postos. "Ontem mesmo as pessoas começaram a voltar ao trabalho e agora esperamos que o secretário Pablo Stürmer cumpra com sua palavra", diz o secretário-geral da entidade, Júlio Jesien.
Conforme o sindicalista, existem possibilidades para que os profissionais sejam reinseridos em uma empresa que seja futuramente contratada para substituir o Imesf. "Conversamos com professores de Saúde Pública e eles mostraram que existem alternativas para abrigar os trabalhadores em uma nova empresa pública que venha a ser contratada para realizar o gerenciamento da Estratégia da Saúde da Família no município".
Ao contrário das acusações do prefeito Nelson Marchezan Júnior, os sindicatos não orientam a paralisação, segundo Carlos Pielsen, integrante da Comissão do Empregados Públicos do Imesf. "Esse foi um movimento natural. Além disso, nunca se imaginou que a extinção do Instituto fosse ocorrer dessa forma".
De forma emergencial, a prefeitura de Porto Alegre convocou, em edição extra do Diário Oficial desta segunda-feira, 235 profissionais do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf). Conforme o Paço Municipal, a medida foi necessária diante da desassistência causada à população em função do abandono dos postos de trabalho após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) contra a criação da entidade.
"Essa lista da Prefeitura está superfaturada. Estão incluídas pessoas em férias e licença-maternidade", complementa Pielsen. Até o fechamento da reportagem, a equipe de Atenção Primaria da Secretaria da Saúde ainda realizava o levantamento do número de postos que foram reabertos.
Demissões em massa
O prefeito Nelson Marchezan Júnior anunciou, na semana passada, que o Instituto Municipal de Estratégia da Saúde da Família (Imesf) será extinto. Isso porque o Supremo Tribunal Federal (STF) decisou que o Imesf é inconstitucional. Dessa forma, cerca de 1,8 mil pessoas serão demitidas nos próximos meses.
A Prefeitura pretende ter um plano emergencial para suprir a Estratégia da Saúde da Família no Município, considerando que o Imesf é responsável pelo gerenciamento de 77 dos 140 postos de Saúde de Porto Alegre.