Trabalhadores da Carris voltam ao trabalho, mas mantêm estado de greve

Trabalhadores da Carris voltam ao trabalho, mas mantêm estado de greve

Grupo vai se reunir novamente na quinta-feira para analisar projeto de privatização

Camila Diesel / Rádio Guaíba

Ônibus ficaram paralisados na manhã de segunda-feira

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Trabalhadores da Carris decidiram voltar ao trabalho após reunião com o prefeito Sebastião Melo, na tarde desta segunda-feira, no Paço Municipal. Eles devem, contudo, manter "estado de greve". Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre, Sandro Abade, a decisão de os funcionários retornarem aos postos nas próximas horas se deu em razão da garantia, por parte da prefeitura, de que o projeto de privatização da empresa deve levar ao menos dez dias para ser votado na Câmara de Vereadores. A paralisação dessa manhã causou atrasos em ônibus e lotações de cerca de 40 minutos.

“O prefeito também aceitou a proposta de formulação de metas para os funcionários atingirem, para tirar a empresa do vermelho”, disse Abade, que complementou explicando que os termos serão definidos por uma comissão que também ainda deve ser formada. Uma nova reunião ocorre na quinta-feira, às 10h. “Vamos nos reunir e conhecer bem o projeto de privatização, para entender todos os pontos”, explicou.

Melo confirmou, em coletiva de imprensa, que o projeto não deve começar a ser votado antes de dez dias, mas se mostrou irredutível em manter o texto na Câmara. O prefeito confirmou que, após o debate com todas as bancadas, vai orientar a colocar a proposta em votação.

Sobre a paralisação da categoria, Melo revelou que a Carris cortou o ponto dos funcionários nesta segunda-feira. O prefeito ainda declarou que está disposto a seguir nas negociações, mas que espera “alternativas concretas” para o impasse.

Publicação de decreto

Em paralelo, a Prefeitura publicou, no Diário Oficial desta segunda-feira, um decreto de requisição de bens, serviços e empregados das empresas de transporte coletivo, lotações e transportadores escolares. A ideia é evitar a descontinuidade do serviço de transporte coletivo na cidade.

Em caso de necessidade, os bens, serviços e pessoal requisitados administrativamente serão especificados pela EPTC, podendo ser prestados em todas as regiões da cidade. As empresas requisitadas, que já compõem o sistema de transporte coletivo, serão indenizadas por quilômetro rodado.

Já os transportadores por lotação e escolares serão remunerados diretamente pelos passageiros transportados, que pagarão a tarifa de R$ 4,80.


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