Essenciais: Trabalho voluntário em meio à pandemia da Covid-19

Essenciais: Trabalho voluntário em meio à pandemia da Covid-19

Segundo episódio da série "Essenciais" mostra como a crise do coronavírus altera tanto hábitos no trabalho quanto em casa

Correio do Povo

Franciane admite o cansaço, mas lembra da importância do seu trabalho

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Preocupados com as consequências da epidemia do novo coronavírus na Capital, profissionais da saúde intensificaram ações preventivas em farmácias e redobraram a atenção à população, especialmente idosos. Em função da propagação da Covid-19, o Governo Federal antecipou o calendário de vacinação contra a gripe e priorizou indivíduos com mais de 60 anos e servidores da saúde. Com isso, equipes integradas por farmacêuticos passaram a reforçar a linha de frente da campanha. Aos 33 anos, a farmacêutica Franciane Bortolotti da Rosa optou por participar de forma voluntária da vacinação para idosos em uma unidade São João, localizada na avenida Independência. Formada há cinco anos, ela afirma que muita vezes os profissionais dessa área não são conhecidos por quem frequenta a farmácia. “Pensam que a gente está ali só para entregar a caixinha, mas a gente tem muito conhecimento para passar”, ressalta. 

Na filial em que trabalha já foram aplicadas mil vacinas em dois dias. “É um trabalho árduo, a gente chega em casa bem cansada, mas isso é bem importante para evitar o coronavírus, evitar a disseminação dessa epidemia”, observa. Neste momento de pandemia, profissionais de saúde são peça-chave para vencer a crise. “Durante esse período de medo e angústia de todo mundo, quando era para grande parte da população estar trancada em casa, a gente optou por cuidar da saúde. Por amor ao próximo, a gente vem para a farmácia para oferecer nosso conhecimento”, ressalta.

Assim como a maioria da população, Franciane também reforçou hábitos de higiene em casa e no serviço. O marido, Eduardo, que trabalha na área da informática, agora está em regime de home office. “Chego em casa e tiro toda roupa que eu estava na rua, todos os dias, e tudo vai para lavagem. Antes de qualquer contato em qualquer parte da casa ou com ele vou direto para o banho”, frisa. Bolsa e sapatos passam por uma limpeza rigorosa com álcool. “Se ele está se cuidando e ficando em casa, eu estou assumindo risco em prol da profissão que eu escolhi. Mas a gente fica com o coração na mão de estar levando alguma coisa para casa”, reconhece. 

O casal, que não tem filhos, adotou distanciamento social de parentes que estão no grupo de risco. Os dois cumprem a orientação de quarentena conforme recomendação dos órgãos de saúde. “Não visitamos nossos pais há dez dias, uma vez que eles são todos do grupo de risco, maiores de 60 anos. Também não estou visitando minha afilhada e nem minha irmã, que trabalha na área da saúde, e também está tendo todos os cuidados semelhantes”, alerta. Apesar da saudade da família, Franciane afirma que o esforço vale a pena e não chega a ser um sacrifício.


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