Ufrgs debate doações de órgãos e transplantes em extensão

Ufrgs debate doações de órgãos e transplantes em extensão

Transplantado Alexandre Barroso palestrou sobre sua vida após receber rins e fígado

Eduardo Amaral

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A doação de órgãos foi o tema da ação de extensão realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) que terminou nesta sexta-feira. Com o tema “Ufrgs Vidas em Jogo: Transplante de órgãos e tecidos e a partilha da vida”, o evento promovido pelo Instituto de Biociências da instituição debateu durante toda a semana questões relativas ao tema.

Para finalizar, os organizadores convidaram o transplantado Alexandre Barroso, que há seis anos integra o projeto Jornada Asas do Bem, para falar sobre o transporte de órgãos no Prédio Centenário de Engenharia da Ufrgs. Barroso foi um dos beneficiados pela medida que permite a aviões de carreira fazer o transporte de órgãos. “A central de transplantes comunica o aeroporto e o órgão é levado no primeiro vôo disponível”, explica Barroso.

O publicitário recebeu três doações, duas de fígado e uma rim, sendo que na última operação precisou de transplante duplo, recebendo um fígado e um rim novo. O caso dele aconteceu em junho de 2011, e dois anos após a cirurgia ele iniciou viagens por todo país falando sobre sua história e a mudança de vida que teve após os transplantes. “Chamo de renascimento, porque para mim morre um personagem, uma pessoa que tinha um perfil de trabalho, uma forma de ser completamente diretamente para trabalho, dinheiro e metas profissionais. E a partir do transplante entra uma outra pessoa, aquele Alexandre publicitário morreu e nasce um voluntário e que viaja no Brasil fazendo palestras e levando o assunto doação de órgãos para sensibilizar as pessoas.”

Barroso diz lembrar ainda hoje a reação quando soube que seria transplantado. “Ao mesmo tempo você tem a explosão de alegria porque está recebendo aquele órgão e ao mesmo tempo o filme de que pode não sair daquela cirurgia. É o momento que você cai na real de que é a hora da definição. Estava tudo arrumado para o primeiro transplante e quando aconteceu o telefonema eu saí correndo e deixei tudo em casa.”

Liege Gautério recebeu um pulmão novo em setembro de 2011, mesmo ano da cirurgia de Barroso. Ao lembrar o sentimento de quando recebeu a tão esperada ligação avisando que havia um órgão disponível e compatível, o sentimento foi apenas de entusiasmo. “Quando recebi o telefonema eu fiquei eufórica, não sei como me arrumei porque era dependente de oxigênio 24h. Parecia que eu ia para uma festa, que eu ia celebrar, tudo ia dar certo e eu teria vida nova, só pensava no depois.”


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