Universidade promove atividades lúdicas e presentes para crianças indígenas em Porto Alegre

Universidade promove atividades lúdicas e presentes para crianças indígenas em Porto Alegre

Iniciativa faz parte do projeto Oficina TCC Sem Dificuldades

Taís Teixeira

Ação teve contação de histórias

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Alunos da graduação e da pós-graduação do Centro Universitário Internacional Uninter participaram de uma ação social que reuniu cerca de 200 crianças indígenas de duas tribos Kaingang e uma tribo Guarani na Lomba do Pinheiro, neste domingo. A iniciativa faz parte do projeto Oficina TCC Sem Dificuldades, que existe há cinco anos e já atendeu mais de 400 estudantes. O projeto é coordenado pela professora da Uninter, Gicele Santos. As crianças participaram de atividades lúdicas e receberam brinquedos.

A docente, que também é idealizadora do programa, conta que o criou quando percebeu a dificuldade dos acadêmicos em elaborar os trabalhos de conclusão de curso (TCC). Atrelado a isso, ela também incluiu o viés assistencialista na composição do formato. “Tem dois objetivos definidos, sendo um desconstruir as dificuldades em elaborar o TCC, que é uma etapa especial, única e impulsionadora da carreia do acadêmico, pois temos que pensar em desenvolver um trabalho com excelência e que faça a diferença para a sociedade”, esclarece.

O outro é incluir a solidariedade nesse processo. “Cada atendimento dado a um aluno que participa da oficina, é convertido em um brinquedo”, ressalta, explicando que todos os brinquedos são armazenados e que o local para ser destinado é escolhido entre os alunos que estão na Oficina.

Atualmente, 150 alunos estão no projeto e 30 estavam presentes ajudando na ação, que neste ano foi especial. “Já que ficamos dois anos sem fazer essa atividade por medidas de segurança pelo cenário pandêmico, neste ano decidimos fazer um evento especial, escolhendo comunidades indígenas, que necessitam do nosso olhar, do nosso carinho e que precisam compartilhar a riqueza da sua cultura", menciona, contando que são índios das tribos kaingangs das paradas 22 e 37, na Lomba do Pinheiro, e da tribo Guarani, localizada na parada 22.

As crianças indígenas puderam aproveitar o domingo de sol nos sete brinquedos instalados, como cama elástica e mesa de fla-flu e três rodas de contação de histórias. Os adultos ainda puderam vender os seus artesanatos. Além disso, também foram distribuídos kits de higiene da Secretaria Especial de Saúde Indígena  (Sesai) e um lanche reforçado. “Ficamos sabendo que as crianças estão com déficit nutricional e organizamos um lanche especial, que inclui suco natural”, evidenciou.

O vice-cacique das duas tribos kaingans, Moises da Silva, ressaltou a importância desse projeto para a comunidade em um momento em que pandemia permanece. “Ajuda muito o nosso psicológico também, que ficou abalado na época da pandemia, já que vivemos no sistema coletivo e fomos muito ajudados pelo Sesai nesse período”, pontua. O líder indígena explica que é um momento difícil, agradece a ajuda das cestas básicas que recebem, mas enfatiza que não é suficiente para a alimentação. "Agora no Natal, é um período de maior renda, já que fabricamos muitos itens, como anjos e árvores, e vendemos por muitas cidades gaúchas”, explica.

Os moradores da aldeia Guarani não compareceram na atividade por suspeita de Covid-19, mas receberão os brinquedos, lanches e kits de higiene.


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