UPAs de Porto Alegre operam com capacidade máxima

UPAs de Porto Alegre operam com capacidade máxima

Cenário ainda é mais tranquilo do que nos meses de março e abril

Felipe Samuel

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Com as temperaturas baixas e aumento dos atendimentos de pacientes com doenças respiratórias, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Capital seguem operando com capacidade máxima. De acordo com monitoramento da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) nesta sexta-feira a taxa de ocupação média das UPAs era de 110,16%. Apesar da ocupação permanecer em patamar elevado, o cenário é mais tranquilo do que nos meses de fevereiro, março e abril, quando algumas UPAs apresentaram ocupação três vezes maior do que a capacidade máxima.

Com 17 internações, o PA da Bom Jesus operava acima da capacidade com lotação de 241,86%. No PA da Lomba do Pinheiro, com 12 pacientes, a taxa de ocupação era de 133,33%. E a UPA Moacyr Scliar tinha 14 pacientes para 17 leitos disponíveis, equivalente a 82,35% de ocupação. Conforme o coordenador municipal de Urgências da SMS, Daniel Lenz Faria Corrêa, que assumiu o cargo na semana passada, em maio houve aumento da procura por atendimento por conta de pacientes com doenças respiratórias.

"São pacientes que ficaram um período maior da pandemia trancados em casa e agora voltaram a procurar os Pronto Atendimentos. Notamos aumento desse público", afirma. Embora o número de testes para Covid-19 tenha apresentado elevação, Corrêa explica que os casos positivos não acompanharam a alta da testagem. Ele ressalta, no entanto, que há relatos de crescimento de diagnósticos da Covid-19 no interior do Estado, o que pode impactar no sistema de saúde da Capital. "Em Porto Alegre ainda não sentimos esse aumento", observa.

A SMS segue monitorando diariamente os novos casos da doença para evitar picos de internações como os registrados no primeiro em março e abril. "Os pacientes com Covid-19 que procuram atendimento em PA esperam pouco tempo para serem removidos para internação. Não autorizamos reverter os leitos destinados a paciente Covid-19 até ter certeza de que não vai ter uma terceira onda", destaca.

Coordenador de enfermagem da UPA Moacyr Scliar, Allant Silva Klein afirma que a procura por atendimento na unidade localizada na Zona Norte apresenta estabilidade desde o começo do mês de maio. "Houve discreto aumento de atendimentos de casos suspeitos de Covid-19 como de procura geral por atendimentos envolvendo doenças respiratórias. Mas não teve variação muito grande", afirma. Segundo Klein, os pacientes aguardam em média duas horas para atendimento. "Estamos muito longe de chegar ao quadro de março e abril. A procura por atendimento apresentou queda na segunda quinzena de abril", reforça.

No Conceição, há maior procura por pacientes com síndromes gripais

Gerente de interunidades de emergências do Grupo Hospitalar Conceição, Cleber Verona confirma que há maior procura por atendimentos de pacientes com sintomas de síndromes gripais na Capital e no Interior. "Os atendimentos por síndromes gripais aumentaram muito, mais que Covid-19, proporcionalmente. Houve pequeno aumento de Covid-19", compara. Ele alerta, no entanto, que o quadro de internações pode mudar em poucos dias, por isso as equipes de saúde monitoram diariamente a evolução das internações.

Das sete emergências monitoradas, a do Hospital de Clínicas de Porto Alegre registrava 75 pacientes para 41 leitos (182,93%). A emergência do Instituto de Cardiologia registrava ocupação de 100% dos 21 leitos, enquanto a do Nossa Senhora da Conceição tinha 95,31% de lotação, com 61 pacientes em 64 leitos disponíveis. A emergência do Hospital Restinga tinha 14 pacientes internados, com 77,78% de ocupação. Santa Casa, São Lucas e Vila Nova não haviam atualizado os dados.


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