UPAs e emergências registram aumento no atendimento em Porto Alegre

UPAs e emergências registram aumento no atendimento em Porto Alegre

Filas se formaram ao lado de fora do Hospital de Clínicas

Felipe Samuel

Monitoramento da SMS aponta taxa de ocupação média das UPAs de 142,97%, com 97 internações

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As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e emergências da Capital registraram aumento no atendimento na última semana. Na quarta-feira, o monitoramento da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) aponta taxa de ocupação média das UPAs de 142,97%, com 97 internações, o que representa elevação de 29,7% em relação a uma semana. No Hospital de Clínicas, a emergência tinha 99 pacientes e lotação de 241,46%, mais do que o dobro do número de leitos disponíveis, que totalizam 41.

Do lado de fora do Clínicas, filas se formaram para atendimento. Gerente de Emergência do Clínicas, Aline Zimmermann de Azambuja afirma que houve aumento do número de pacientes que não têm sintomas do novo coronavírus.

Em contrapartida, a procura por atendimento de pessoas com diagnóstico da doença se manteve estável. "Estamos cada vez mais com pacientes em estado grave, idosos, pessoas com doenças terminais", assinala. Além de ressaltar que o cenário atual reflete o sistema de saúde, Aline observa que a busca por serviços de emergência apresentou elevação na última semana.

Com as alas da emergência destinadas a pacientes não-Covid-19 lotadas, Aline não descarta o fechamento do atendimento externo até o fim da semana. "Está aumentando a procura por atendimento por pessoas com doenças respiratórias, como enfisema pulmonar e asma", alerta. "Em algum momento podemos ter de fechar para atendimento externo", completa. O coordenador municipal de Urgências da SMS, Daniel Lenz Faria Corrêa, reconhece que aumentou a procura por serviços nos pronto atendimentos e em emergências.

Conforme Corrêa, na última semana houve "um aumento consistente" de procura por atendimento nos pronto atendimentos. "Os PAs estão superlotados mesmo com a grande quantidade de leitos", afirma, destacando elevação tanto de casos Covid-19 quanto de pacientes com outras doenças. Ele reforça que as UTIs e as enfermarias destinadas a pacientes Covid-19 estão conseguindo absorver a demanda. "É diferente do outro grupo, dos não-Covid, que piorou. Isso está nos preocupando", frisa.

Preocupado com a demanda no sistema de saúde, Corrêa reforça o apelo para que a população evite aglomerações, utilize máscaras de proteção e mantenha cuidados de higiene para evitar a disseminação da Covid-19. "Pessoal precisa tomar cuidado. Em relação a casos não-Covid-19, de pacientes sem sintomas graves, não procurar os pronto atendimentos ou emergências", orienta.

Das sete emergências monitoradas, a da Santa Casa operava com 170,83% de ocupação, com 41 pacientes em 24 leitos disponíveis. A emergência do Hospital Restinga tinha 18 pacientes internados, com 105,56% de ocupação. Com 24 internações, o PA da Bom Jesus operava acima da capacidade com lotação de 342,86%. No PA da Cruzeiro do Sul, a ocupação chegou a 300%, com 36 pacientes. No PA da Lomba do Pinheiro, com 18 pacientes, a taxa de ocupação era o dobro da capacidade máxima: 200%. E a UPA Moacyr Scliar tinha 19 pacientes para 17 leitos disponíveis, equivalente a 111,76% de ocupação.


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