Vigilância ambiental realiza resgate de cães para diagnóstico de leishmaniose em Porto Alegre

Vigilância ambiental realiza resgate de cães para diagnóstico de leishmaniose em Porto Alegre

Iniciativa foi feita na região da unidade de saúde Nova Ipanema, no bairro Hípica, na zona Sul

Cláudio Isaías

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Uma ação da Equipe de Vigilância de Antropozoonoses (Evantropo) da Secretaria Municipal da Saúde realizou nesta quinta-feira a coleta de sangue de cachorros para realização de testes para o diagnóstico de leishmaniose visceral canina. A iniciativa foi feita na região da unidade de saúde Nova Ipanema, no bairro Hípica, na zona Sul de Porto Alegre. A leishmaniose visceral é uma doença grave, causada pelo protozoário Leishmania chagasi, que é transmitido através da picada de um inseto chamado flebotomíneo (Lutzomyia longipalpis), popularmente conhecido por mosquito palha e que pode atingir pessoas e animais, principalmente o cão. O mosquito palha se contamina picando um cão infectado e posteriormente uma pessoa. Não há transmissão direta entre pessoas e pessoas e cães.

A médica veterinária Daura Zardin, chefe da Evantropo, disse que a iniciativa faz parte de uma operação realizada no final de setembro. As equipes realizaram a coleta de exames em 20 cães. A região localizada na zona Sul da Capital registrou o 20º caso de leishmaniose visceral humana - uma criança que foi diagnosticada com a doença passou por tratamento e já está recuperada. O trabalho dos técnicos teve o objetivo de orientar os moradores do bairro Hípica sobre o risco de transmissão da doença. A leishmaniose é uma doença causada por um protozoário da espécie Leishmania infantum. Trata-se de uma zoonose de evolução crônica que, se não tratada, pode levar a óbito até 90% dos casos.

A transmissão ocorre ao homem pela picada de fêmeas do inseto vetor infectado, denominado flebotomíneo e conhecido popularmente como mosquito palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros. Os insetos são pequenos e têm como características a coloração amarelada ou de cor palha e, em posição de repouso, suas asas permanecem eretas e semiabertas. Os insetos podem picar pessoas ou animais domésticos, como cães. Cachorros não transmitem a doença para humanos. O primeiro caso foi registrado em Porto Alegre em 2016. Em 2021, a cidade teve a confirmação do 20º caso - cinco pessoas com caso confirmado morreram.

Para a identificação de casos suspeitos em pessoas é preciso ficar atento para febre persistente e aumento de baço e fígado. É necessário que a pessoa busque o serviço de saúde mais próximo da sua residência - principalmente se esteve em uma área onde a doença esteja ocorrendo. No casso dos cães, é preciso cuidar o emagrecimento progressivo, feridas e descamações de pele, queda anormal de pelos, aparecimento de ínguas, crescimento anormal de unhas, inchaço de pernas, sangramento de nariz ou de outras aberturas. 

No caso de aparecimento desses sintomas, é necessário levar o cachorro a Vigilância Municipal ou aos serviços de Controle de Zoonoses ou canil municipal. A leishmaniose é mais prevalente na população canina que na humana, uma vez que os casos humanos normalmente são precedidos por casos caninos, e porque os cães apresentam uma maior quantidade de parasitas na pele do que o homem, o que favorece a infestação por vetores.


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