Voluntários trabalham na reconstrução de São Francisco de Paula
Pessoas de várias localidades ajudam nos reparos após tornado que deixou 1,6 mil desabrigados
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O número de voluntários não foi contabilizado pela prefeitura. São diversas equipes trabalhando na preparação de lanches aos desabrigados, fazendo a triagem de doações, ajudando na reconstrução das casas e caravanas de diversas partes do Estado entregando donativos. Segundo a voluntária Patrícia Viale, moradora da cidade, os materiais de construção começaram a chegar em maior número e, agora, é necessário o apoio de carpinteiros e construtores voluntários. “É nossa maior urgência. Não estamos conseguindo arrumar os telhados. Temos voluntários daqui e de fora da cidade, mas precisamos de mais gente.”
O defensor público Evald Rodrigues e a esposa, Makeli, auxiliam na base de distribuição de donativos que foi improvisada em uma cancha de futsal no Santa Isabel. “Não fosse a corrente de solidariedade tudo ficaria mais difícil. O poder público municipal não tem condições financeiras de reconstruir a cidade. São pessoas humildes que precisam de nossa ajuda”, afirma Rodrigues. Conforme a esposa, até as equipes técnicas estão comovidas com a situação. “Os funcionários da RGE trouxeram roupas e donativos de casa para ajudar. É um gesto bonito. Temos muitas pessoas que largaram seus trabalhos para vir ajudar. Todo apoio é bem-vindo”, frisa Makeli.
O trabalhador autônomo Silvano Fogaça Pires deixou seu trabalho para ajudar amigos. “Não tem como não ficar comovido. Nos momentos difíceis como esse, não existe inimigo. Só com muita ajuda para recomeçar. Podia ser eu nesta situação”, diz Pires. Os jovens Fabrício Françi de Moura e Leonardo Faistauer moravam na mesma casa no Loteamento Santa Isabel. No entanto, o tornado derrubou a moradia. Em meio aos escombros, os dois tentavam organizar o que restou. “Dói ver a situação do bairro. Me criei aqui. Conheço todo mundo. Com ajuda de todos, daqui a pouco está tudo inteiro de novo”, afirma Faistauer.
O rapaz conta que estava em casa no momento do vendaval. “Eu fui fechar a janela que abriu. Quando olhei, a casa do vizinho estava toda contorcida e outra estava voando para o meio da rua. Eu abracei meu irmão mais novo e tentei ajuda-lo”, narra. Apesar de tentar proteger, Faistauer diz que o irmão acabou ferido pelos escombros. “Ele levou 36 pontos no rosto, machucou a perna e ainda está no hospital em recuperação”, lamenta. Além de voluntários com experiência na construção civil, São Francisco precisa de materiais de construção, colchões, toalhas, travesseiros, água, alimentos e materiais de higiene e limpeza.