Manhã encerra depoimento de testemunhas

Manhã encerra depoimento de testemunhas

Outras três pessoas que prestariam depoimento foram dispensadas pela defesa

Henrique Massaro

Terceiro dia de julgamento do caso Bernardo

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Na parte da manhã do terceiro dia do julgamento do Caso Bernardo, nesta quarta-feira, foram ouvidas três testemunhas. Outros três depoimentos que estavam previstos, foram dispensados. À tarde, a sessão será retomada a partir da manifestação de um dos réus, o pai de Bernardo, Leandro Boldrini. 

O primeiro depoimento da manhã foi o de Luiz Omar, que trabalhou com Leandro. Ele começou explicando como prestava serviços gerais em uma propriedade rural adquirida por Leandro Boldrini, quando ele ainda era casado com Odilaine Uglione, mãe de Bernardo. Em seu relato, o ex-funcionário disse que se sentia grato ao patrão, que atendeu seu filho gratuitamente uma vez. “Se ele tivesse feito alguma coisa contra o filho, até porque eu sou pai, eu narraria sem problema nenhum”, afirmou. 

O momento tenso ocorreu quando a testemunha comentou que mãe de Bernardo teria tido “casos extraconjugais”. A manifestação foi interrompida pela juíza que disse “fofocas?”. Como resposta, a testemunha afirmou que : “Não, não eram fofocas”. 

Após breve discussão, a juíza suspendeu a sessão. No momento de tensão, o advogado de Edelvânia Wirganovicz  chegou a chamar a testemunha de “mentirosa”. Luiz Omar havia pedido para o representante da ré parar de gritar e este se exaltou mais. “Já liga pra comissão da OAB”, disse antes de sair. 
A segunda testemunha da manhã foi a professora de Leandro Boldrini, Maria Lúcia Cremonese. Ela começou explicando o motivo pelo qual aceitou depor, uma vez que conhecia  Leandro desde pequeno e sua família. “Hoje chamaríamos o pai dele (de Leandro) de ogro. Tenho certeza que esse homem nunca botou Leandro colo”, comentou. 
Ela disse ter sido procurada pelo irmão de Leandro, Wilson, para prestar o depoimento. 

Após o depoimento, a defesa abriu mão de três testemunhas: dos dois irmãos de Leandro Boldrini e sua cunhada. 

Perito apontou falsa assinatura de Leandro

O último a ser questionado foi o perito Luiz Gabriel Passos. Ele foi contratado pela defesa de Boldrini. Na sua manifestação, o perito se debruçou, por exemplo, sobre características da assinatura utilizada na receita do midazolam - utilizado em superdosagem na execução de Bernardo - e procurou mostrar que não obedecia a padrões de outras assinaturas do médico Leandro Boldrini. 

Ele mostrou, em um dos momentos, o que seria “ponto anormal de parada”, que não existiria em outras assinaturas do médico. Ele afirmou que flagrou o detalhe com auxílio de microscópio, porque, a olho nu, carimbo o esconde. A avaliação serviu para embasar a afirmação de que a assinatura não era do médico. "No momento que encontramos 7 hábitos gráficos da assinatura de Leandro Boldrini e nenhum deles se encontra na rubrica questionada não tem outra conclusão a fazer senão que a assinatura questionada não proveio do cunho escritor de Leandro Boldrini. Foi uma imitação”, disse o perito. 

O laudo, porém, chegou a ser questionado pelo promotor do caso, antes de a sessão ser suspensa. 


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