Índia registra recorde nacional de mortes por Covid-19, enquanto hospitais beiram o colapso

Índia registra recorde nacional de mortes por Covid-19, enquanto hospitais beiram o colapso

Apenas no mês de abril, país registrou mais de seis milhões de contágios, um terço do total desde o início da pandemia, atribuídos parcialmente à nova variante detectada no paí

AFP

publicidade

A pandemia é cada vez mais grave na Índia, que nesta quinta-feira egistrou um novo recorde diário de mortes. A nação, quarto país do mundo em número de mortes, atrás dos Estados Unidos, Brasil e México, já registrou 204.832 óbitos provocados pela Covid-19, sendo 3.645 nas últimas 24 horas. Muitos especialistas, no entanto, acreditam que o número real é muito maior.

O país, com uma população de mais de 1,3 bilhão de pessoas, bate recordes de infecções, com quase 380 mil novos casos nas últimas 24 horas. Apenas no mês de abril, a Índia registrou mais de seis milhões de contágios, um terço do total desde o início da pandemia, atribuídos parcialmente à nova variante detectada no país. Os hospitais, lotados, estão ficando sem leitos, sem medicamentos e sem oxigênio, enquanto a ajuda internacional prometida começa a chegar ao país.

A comunidade internacional se mobilizou para ajudar a Índia. O primeiro carregamento de ajuda médica britânica, com 100 respiradores e 95 concentradores de oxigênio, chegou a Délhi na terça-feira. Nesta quinta-feira, o primeiro avião militar americano com material de saúde vai pousar, parte de um pacote de ajuda de mais de 100 milhões de dólares. De acordo com a Agência para o Desenvolvimento Internacional, entre o material enviado por Washington há um milhão de testes de diagnóstico rápido e 100 mil máscaras de proteção para profissionais de saúde e trabalhadores considerados indispensáveis.

Um respiro na Europa

Na Europa, que superou na quarta-feira a marca de 50 milhões de contágios, a pandemia parece desacelerar e muitos países estão flexibilizando as restrições. O número diário de novos casos está em queda há duas semanas. O continente registra mais de um milhão de mortes pelo vírus, do total de 3,15 milhões de vítimas fatais registradas no mundo, de acordo com dados da AFP.

A Holanda reabriu as áreas externas de cafés e restaurantes na quarta-feira e suspendeu o toque de recolher, cujo anúncio em janeiro provocou os distúrbios mais graves no país em décadas. O Reino Unido, o país mais afetado do continente, registra, em média, apenas 2.300 novos casos por dia.

A França, país europeu mais afetado em termos de infecções (5.565.852 casos), registra uma tímida queda dos contágios e estuda uma abertura escalonada em maio e junho, que o presidente Emmanuel Macron detalhará na sexta-feira.

Pedidos por vacinas nas Américas

Ao mesmo tempo, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas, disse que a região continua "sob as garras" da pandemia. "Nossa região ainda está sofrendo com essa pandemia", declarou Carissa Etienne, diretora da OPAS. "Não só não acabou, está se acelerando", acrescentou, lembrando que em vários países da América do Sul os primeiros quatro meses do ano foram piores do que 2020.

A OPAS destacou que o "acesso rápido e equitativo às vacinas" é essencial para superar a pandemia e pediu aos países com doses adicionais que considerem doar uma porção significativa às Américas, onde as vacinas são necessárias com urgência. Nesta quinta-feira, o laboratório americano Moderna anunciou que deseja produzir três bilhões de doses em 2022 de sua vacina baseada na tecnologia de RNA mensageiro e espera fornecer entre 800 milhões e um bilhão de doses este ano.

"Estamos vendo que o vírus se propaga rapidamente, com mutações, que novas variantes aparecem (...) Devemos assumir a dianteira para estar preparados se for necessária uma terceira dose da vacina", declarou o diretor para a Europa da Moderna, Dan Stanner.

Os fabricantes estão trabalhando em novas versões de suas vacinas, adaptadas às variantes. Ugur Sahin, diretor do laboratório alemão BioNTech, que tem uma parceria com a americana Pfizer, se mostrou "confiante" na eficácia da vacina, que também utiliza RNA mensageiro, contra a variante indiana.

A BioNTech está prestes a apresentar à União Europeia (UE) um pedido para que sua vacina seja autorizada para adolescentes entre 12 e 15 anos, e acredita na possível aprovação em junho. No fim de semana, o mundo superou a marca de um bilhão de doses de vacinas contra a covid-19 administradas em 207 países ou territórios.

Nos Estados Unidos, onde o vírus matou mais de 574.000 pessoas, o presidente Joe Biden classificou o plano de vacinação como "um dos maiores êxitos logísticos" da história do país. "Mais da metade dos adultos receberam ao menos uma dose e as mortes de pessoas mais velhas caíram 80% desde janeiro", destacou.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895