Adversário de Evo Morales convoca "mobilização permanente" na Bolívia

Adversário de Evo Morales convoca "mobilização permanente" na Bolívia

Ex-presidente Carlos Mesa pede protestos até que o tribunal eleitoral "reconheça que o segundo turno deve ser realizado"

AFP

Ele defende que houve fraude eleitoral

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O candidato presidencial da Bolívia, Carlos Mesa, pediu nesta quarta-feira uma "mobilização permanente" em defesa da votação, até que o tribunal eleitoral "reconheça que o segundo turno deve ser realizado", afirmou em uma gravação enviada à AFP. "Convoco hoje todos os nossos compatriotas que acreditam na democracia à mobilização permanente, à mobilização em defesa do voto", acrescentou o ex-presidente, que argumenta que houve fraude eleitoral no primeiro turno. "Não vamos permitir que uma eleição seja roubada pela segunda vez", disse ele sobre o resultado de um referendo não reconhecido pelo presidente Evo Morales para concorrer ao quarto mandato.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, expressou nesta quarta-feira apoio a seu colega e aliado boliviano, em resposta ao que Morales denunciou como um "golpe de estado" para impedir sua reeleição para o quarto mandato. "É um golpe anunciado, cantado e, posso dizer, derrotado. O povo boliviano derrotará a violência", disse o presidente socialista junto com vários ministros em uma transmissão na televisão. Referindo-se a Morales como um "líder pacifista e o melhor" governante da Bolívia, Maduro chamou "as lideranças democráticas de todo o mundo para acompanhar o presidente reeleito neste momento difícil".

Morales denunciou nesta quarta-feira que um "golpe de Estado" promovido pelos setores de direita está em andamento e disse que executará medidas para defender a democracia, no momento em que os resultados das eleições confirmarem sua vitória. "Um golpe de Estado está em andamento. Quero que o povo boliviano saiba que até agora humildemente sofremos para evitar a violência e não entramos em confronto", disse o presidente em comunicado à imprensa. Além disso, Morales declarou ter certeza de que vencerá o pleito no primeiro turno. "Estou quase certo de que, com os votos nas áreas rurais, venceremos no primeiro turno", disse o atual presidente que busca seu quarto mandato consecutivo.

Morales apareceu diante da mídia pela primeira vez desde as eleições de domingo e fez declarações no momento em que se inicia uma greve nacional que pede um segundo turno com o adversário Carlos Mesa. Na terça-feira, centenas de opositores enfrentaram a polícia no centro de La Paz, perto da sede do OEP, aos gritos de "fraude".

Ele registrava na quarta-feira 46,4% dos votos, contra 37,07% de Mesa, após a apuração de 95% dos votos válidos, uma leve queda na vantagem do chefe de Estado. A Constituição boliviana estipula que um candidato a presidente consegue a eleição no primeiro turno se conquistar 50% mais um dos votos ou se superar a barreira de 40% e registrar 10 pontos de vantagem para o segundo colocado. No momento, a vantagem de Morales para Mesa é inferior a 10%, o que significa que deve ser realizado um segundo turno.

 

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