Alemanha lamenta recorde de 1.129 mortes diárias vinculadas à Covid-19 e endurece restrições

Alemanha lamenta recorde de 1.129 mortes diárias vinculadas à Covid-19 e endurece restrições

Nas últimas 24 horas foram detectados 22.459 novos casos e taxa de infecção que país está longe da normalidade

AFP

Ministro da Saúde, Jens Spahn, está preocupado com a saúde

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A Alemanha, que registrou nesta quarta-feira 1.129 mortes vinculadas à Covid-19, um recorde nacional, está em uma das piores fases da pandemia, alertou o governo antes de aplicar novas restrições. Por muito tempo considerada como "boa aluna" europeia na gestão da pandemia, a nação agora com uma "taxa de infecção e de mortalidade (que) mostram que ainda estamos longe da normalidade", lamentou o ministro da Saúde, Jens Spahn.

Nas últimas 24 horas foram detectados 22.459 novos casos. Os contágios quase não diminuíram em uma semana (24.740 em 23 de dezembro), segundo o instituto Robert Koch. O recorde anterior no número de mortos era da quarta-feira da semana passada, com 962 falecidos. No total, 32.107 pessoas perderam a vida pelo coronavírus na Alemanha desde o início da pandemia.

A situação é particularmente crítica na Saxônia, estado federal na área da ex-Alemanha Oriental que durante muito tempo resistiu às restrições e cuja taxa de incidência atingiu 330 casos a cada 100 mil habitantes nos últimos sete dias. Baviera, Berlim ou Brandeburgo, a região ao redor da capital, também não conseguiu controlar a pandemia.

O atual confinamento parcial deve ser prolongado para depois de 10 de janeiro, com o fechamento de todos os comércios não essenciais, das escolas, e uma recomendação para privilegiar o trabalho remoto a qualquer custo. Angela Merkel, que na quinta-feira (31) fará o seu último discurso de felicitações de Ano Novo como chanceler, e os líderes dos 16 estados da Federação, discutirão em 5 de janeiro por videoconferência uma eventual prorrogação das medidas.

As festas de fim de ano também serão reduzidas para a capacidade mínima: estará proibida a venda de fogos de artifício e as reuniões. A Alemanha aposta em uma campanha dinâmica de vacinação, começando pelas casas de repouso, antes de implementar grandes centros que possam administrar diariamente a vacinação de vários milhares de pessoas.

"Mais de 60 mil" pessoas vacinadas

O governo enfrenta críticas, apesar do início no sábado de uma campanha que permitiu a vacinação de mais de 60.000 pessoas. O Bild, jornal mais lido na Alemanha, atacou especialmente a equipe da chanceler por ter "contado demais com a União Europeia" para fazer o pedido das doses e ter privilegiado apenas a vacina da Pfizer-BioNTech, em detrimento do produto da Moderna.

Na ausência de uma reserva suficiente de doses, o maior centro de vacinação de Berlim fechou na terça-feira apenas dois dias após sua abertura. "Mais de 60.000 alemães já foram vacinados. O início da vacinação foi um sucesso", defendeu o ministro da Saúde. "Sim, há dificuldades, mas a maior campanha de vacinação da história começou com sucesso", insistiu. A Alemanha conta, segundo Spahn, com mais de 130 milhões de doses das vacinas BioNTech e da Moderna.


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