Angela Merkel passa mal em cerimônia oficial

Angela Merkel passa mal em cerimônia oficial

Chanceler alemã sentiu tremores durante execução dos hinos alemão e ucraniano

Correio do Povo e AFP

Merkel participava de parada militar sob temperatura de 30°C, em Berlim

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A chanceler alemã, Angela Merkel, passou mal, sentindo tremores por alguns minutos, durante uma cerimônia oficial na presença do novo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nesta terça-feira, em Berlim. O mal-estar da chanceler se deu durante uma parada militar, diante da sede do governo, em Berlim, com uma temperatura de quase 30ºC. Com os braços ligeiramente estendidos, Merkel tentou atenuar os tremores, perceptíveis ao longo da execução dos hinos alemão e ucraniano. Os sintomas diminuíram quando, ao lado de Selensky, ela deixou a formação honorária do Bundeswehr (Forças Armadas).

Mais de uma hora depois, em coletiva de imprensa, a chanceler disse, com um sorriso, que já estava bem. "Bebi pelo menos três copos d'água, do que claramente estava precisando, e no momento me sinto muito bem", afirmou. O presidente ucraniano garantiu: "ela estava ao meu lado, totalmente segura", durante a cerimônia. Angela Merkel completa 65 anos em julho. Ela pretende deixar a política após o fim de seu mandato.

Esta não é a primeira vez que os estados reais ou supostos de exaustão do chanceler causam apreensão. Cinco anos atrás, ela teve que interromper uma entrevista à emissora ZDF, que deveria ser conduzida em uma festa de seu partido, o União Democrata-Cristã, por ter passado mal. Em 2015, um incidente em Bayreuth (sul do país) ganhou as manchetes, quando Merkel participou do Festival Wagner. Havia rumores de que ela havia sofrido uma convulsão durante uma performance de "Tristan e Isolda" e caído da cadeira, mas um porta-voz do governo disse na época, que a cadeira havia quebrado.

Sanções à Rússia na pauta

Na conjunta com Selensky, Merkel acusou a Rússia de "conduta muito ilegal" em relação à Ucrânia. Enquanto não houver progresso na restauração da soberania e integridade territorial da Ucrânia, "as sanções não podem ser levantadas", afirmou Merkel, referindo-se à Criméia e outros territórios do leste. Vários políticos, como o primeiro-ministro da Saxônia, Michael Kretschmer, e representantes de empresas recentemente pediram que as sanções contra fossem flexibilizadas.

A União Europeia impôs duras sanções econômicas à Rússia em 2014 devido ao apoio de Moscou aos separatistas no leste da Ucrânia e à anexação da península ucraniana da Crimeia. Na cúpula do bloco em Bruxelas, na quinta e sexta-feira, as restrições ao comércio e ao investimento serão estendidas pela nona vez. "Há também um acordo com o Conselho Europeu para continuar as medidas punitivas existentes", disse Merkel.

Selenski, por sua vez, pediu extensão das sanções. "Se vemos que este instrumento não é suficiente, então mais instrumentos devem ser encontrados. As sanções econômicas são a única maneira de parar o conflito sem derramamento de sangue", defendeu. Presidente da Ucrânia desde maio, ele convidou os críticos das sanções a refletir. "Nós não começamos a guerra", recordou, exigindo que Moscou libertasse os fuzileiros navais ucranianos que haviam sido presos no Estreito de Kerch, no Mar Negro.


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