Anistia critica uso excessivo da força por policiais de Hong Kong contra manifestantes

Anistia critica uso excessivo da força por policiais de Hong Kong contra manifestantes

Os policiais da ex-colônia britânica ultrapassam os níveis de contenção admitidos pela lei local e internacional, segundo a organização

AFP

Manifestantes mostram mão cheia em referência às cinco demandas dos protestos. Entre as demandas, uma reforma política para implantar eleições diretas no território, a investigação de abusos por parte da polícia e a libertação de manifestantes presos

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A organização Anistia Internacional (AI) acusou nesta sexta-feira a polícia de Hong Kong de uso excessivo da força contra os manifestantes pró-democracia e denunciou "táticas ilegais" que em alguns casos podem ser chamadas de "tortura".

Em um relatório elaborado com base em entrevistas com 20 manifestantes, alguns deles hospitalizados após sua detenção, a organização de defesa dos direitos humanos afirma que os policiais da ex-colônia britânica ultrapassam os níveis de contenção admitidos pela lei local e internacional. "Aparentemente sedentas por represálias, as forças de segurança de Hong Kong mostram uma tendência preocupante de uso de táticas imprudentes e ilegais contra a população durante as manifestações", declarou Nicholas Bequelin, diretor da AI para o leste da Ásia.

As táticas "incluem detenções arbitrárias e represálias violentas contra as pessoas detidas, atos que em alguns casos poderiam ser qualificados como tortura". A AI pede a criação de uma comissão de investigação independente sobre o comportamento da polícia, algo também defendido pelos manifestantes, mas rejeitado pelas autoridades.

A polícia de Hong Kong rejeitou as conclusões do relatório da Anistia e afirmou em um comunicado que seus agentes "sempre demonstram muita contenção no uso da força".

Hong Kong é cenário há várias semanas de grandes manifestações, algumas delas violentas, que pedem mais liberdade democrática. O movimento é o maior desafio ao governo da China desde que a cidade foi devolvida pela Grã-Bretanha em 1997.


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