Anistia Internacional denuncia crimes de guerra na Síria

Anistia Internacional denuncia crimes de guerra na Síria

Comunicado acusa turcos e rebeldes sírios de "execuções sumárias"

AFP

Denúncia cita execuções sumárias e ataques cruéis a cibis

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As forças turcas e os grupos sírios que apoiam a ofensiva de Ancara no norte da Síria cometeram "crimes de guerra", que incluem "execuções sumárias" e ataques cruéis contra civis, denunciou a organização Anistia Internacional (AI). "As forças militares turcas e grupos armados sírios apoiados pela Turquia mostraram um desprezo vergonhoso pelas vidas dos civis", afirmou a AI em um comunicado.

A ONG de defesa dos direitos humanos cita "provas inegáveis de crimes de guerra". A Anistia baseou suas conclusões nos depoimentos de 17 pessoas, que incluem médicos, funcionários da Defesa Civil, jornalistas, trabalhadores humanitários e deslocados. "As informações recebidas fornecem provas inegáveis de ataques indiscriminados contra zonas residenciais", completa a ONG.

A AI cita, por exemplo, o depoimento de um socorrista curdo que retirou corpos dos escombros depois de um bombardeio turco em 12 de outubro na localidade de Salhiyeh, perto de uma escola onde os deslocados estavam refugiados. "Não posso dizer se (os mortos) eram meninos ou meninas porque os corpos ficaram carbonizados", disse o socorrista.

A Anistia também cita a execução da política curda Hevrin Jalaf em uma ação de rebeldes sírios pró-Turquia. "Foi arrastada para fora de seu automóvel, agredida e assassinada a tiros, a sangue frio", afirmou a ONG. Ancara iniciou em 9 de outubro uma operação militar no norte da Síria para afastar de sua fronteira a milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG), que considera um grupo "terrorista".

Na quinta-feira à noite, a Turquia aceitou uma trégua de cinco dias para permitir a saída das forças curdas da fronteira. A ofensiva deixou 500 mortos, incluindo 72 civis, segundo a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que também cita 300 mil deslocados. As autoridades turcas alegam que adotaram as medidas necessárias para evitar a morte de civis.


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