Apenas 9% das doações prometidas para Notre-Dame foram repassadas

Apenas 9% das doações prometidas para Notre-Dame foram repassadas

Dinheiro veio de doações de pessoas comuns e não por bilionários que anunciaram

Agência Brasil

Investigação judicial para determinar causas do incidente está em andamento

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Menos de um décimo das centenas de milhões de euros prometidas para ajudar a reconstruir a Catedral de Notre-Dame, em Paris, foi efetivamente doado, informou o Ministério da Cultura francês nesta sexta-feira. Segundo a pasta, apenas 9% dos 850 milhões de euros anunciados se materializaram dois meses após o incêndio, embora as autoridades esperem que o montante total seja alcançado.

O dinheiro que efetivamente chegou - cerca de 80 milhões de euros - veio de pequenas somas doadas por cidadãos comuns e não por bilionários que fizeram anúncios públicos sobre grandes doações, afirmou o ministro da Cultura, Franck Riester.

O incêndio que destruiu parte do telhado da catedral em 15 de abril provocou uma onda de solidariedade na França, com a multiplicação de promessas de doações - de pessoas físicas e jurídicas.

Dois dos homens mais ricos da França, os magnatas da moda Bernard Arnault (controlador da Louis Vuitton) e François-Henri Pinault (Gucci, Yves Saint Laurent, Balenciaga, entre outras marcas), prometeram 300 milhões de euros. Já a família Bettencourt, dona da gigante de cosméticos L'Oréal, disse que doaria 200 milhões de euros.

No mês passado, o arcebispo de Paris, Michel Aupetit, expressou preocupações sobre as promessas, dizendo que "a maior parte dessas doações ainda não se materializou".

Já o ministro Riester tentou explicar o contraste entre as promessas e as doações realmente cumpridas. Segundo ele, isso se deve a dois fatores: "Primeiro, há pessoas que prometem doar e que não doam [...], mas, acima de tudo - e isso é normal -, as doações serão pagas em função do andamento das obras", argumentou o francês.

O ministro ainda enfatizou que os maiores doadores desejam saber quando e como seu dinheiro será gasto antes de enviarem as quantias.

O trabalho para escorar o edifício do século 12 ainda deve levar várias semanas antes que os complexos estudos sobre o trabalho de restauração possam ser realizados. Em paralelo, a investigação judicial está em andamento para determinar as causas do incidente, atribuído a um curto-circuito.

Riester fez os comentários na véspera da primeira missa a ser realizada na catedral depois do incêndio. Apenas 30 pessoas serão admitidas na Notre-Dame para a missa deste sábado, que será transmitida ao vivo pelo canal católico de TV KTO. O arcebispo Michel Aupetit liderará a celebração na Capela da Virgem, no lado leste da catedral, que foi confirmada como segura.


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