Argentina amplia confinamento por mais duas semanas contra o novo coronavírus

Argentina amplia confinamento por mais duas semanas contra o novo coronavírus

Autoridades consideram medida eficaz: país tem 820 casos e 22 mortes confirmadas por Covid-19

AFP

Decisão foi tomada após conversa com especialistas e governadores

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O isolamento social obrigatório será ampliado até 12 de abril na Argentina, porque o governo considera a medida eficaz no combate à propagação do novo coronavírus –  desde o início de março, são apenas 820 infectados, dos quais 22 morreram. "Os resultados são interessantes, são bons. Eles nos encorajam", afirmou o presidente Alberto Fernández no 10º dia de um confinamento cumprido por 90% da população, em um discurso na residência oficial de Olivos, ao norte de Buenos Aires, antes de anuncia a extensão.

"A decisão que adotamos é prolongar a quarentena até o dia em que termina a Semana Santa, por recomendação dos especialistas, para seguir controlando a transmissão (da Covid-19)", apontou, falando em "ganhar tempo" para preparar o sistema de saúde para enfrentar a pandemia. "Temos que ser felizes como argentinos, porque ficamos em nossas casas e cumprimos o compromisso de cuidar de nós mesmos", disse e repetiu o que se destaca como sua frase de impacto: "Ninguém se salva sozinho".

Fernández disse que o governo levou ao pé da letra a recomendação de um comitê formado por médicos, sanitaristas e epidemiologistas. "Os argentinos devem estar felizes com os resultados que registramos", completou, em referência à medida que deixou o país parcialmente paralisado.

A Argentina fechou suas fronteiras e somente atividades essenciais são permitidas em seu território, como produção e venda de alimentos, produtos de limpeza e medicamentos, além de serviços de saúde e segurança, entre algumas outras, exercidas por 10% da população. Ninguém pode circular em veículos sem permissão especial e os cidadãos só podem deixar suas casas para comprar alimentos ou remédios em locais próximos.

"Um número baixo de pessoas não cumpriu (o isolamento) e, como alertamos, terminaram pagando com processos penais", afirmou o presidente. "Não temos que cair no falso dilema da saúde ou economia", completou, antes de destacar que está disposto a enfrentar o custo social da medida, que até o momento tem forte apoio da população. 

Em uma nação de 44 milhões de habitantes, o isolamento provocou uma desaceleração da atividade econômica, com um duro impacto na sociedade, o que o governo tentou atenuar nos últimos 10 dias com valores milionários de subsídios, salários adicionais e créditos.

Enquanto isso, para aliviar a paralisia e o sofrimento econômico de muitos argentinos, o presidente decretou no domingo suspender os despejos por 180 dias e proibir o aumento no valor de aluguéis e parcelas de empréstimos hipotecários. "É uma guerra contra um exército invisível que nos ataca em lugares onde às vezes não o esperamos. É chocante a velocidade com que o vírus cresce. Com a quarentena, procuramos tempo para nos preparar e fornecer suprimentos", justificou o presidente.

Ao destacar que o modelo escolhido pela Argentina foi elogiado por organizações internacionais, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o presidente afirmou que a luta contra a pandemia deve resultar "em um ensinamento de que a humanidade não deve ser tão infeliz e tão egoísta com os que foram esquecidos para o desenvolvimento".

Como prevenir o contágio do novo coronavírus 

De acordo com recomendações do Ministério da Saúde, há pelo menos cinco medidas que ajudam na prevenção do contágio do novo coronavírus:

• lavar as mãos com água e sabão ou então usar álcool gel.

• cobrir o nariz e a boca ao espirrar ou tossir.

• evitar aglomerações se estiver doente.

• manter os ambientes bem ventilados.

• não compartilhar objetos pessoais.


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